MARCADA - Capítulo IX

- É, Cristina, a sua responsabilidade é muito grande. Você é muito nova para ficar sozinha.

Conversamos muito. João Netto me contou muita coisa de sua vida: Era um rapaz de vinte e cinco anos, trabalhava em um banco, como contador, ganhava muito bem. Morava com sua mãe. Tinha dois irmãos mais velhos, Gilson e Gilberto, todos dois casados e moravam no Rio de Janeiro. Veio para Goiânia há um ano, de tranferência. Era um rapaz muito solitário.

Ficamos naquela amizade por três meses. Ele ia lá em casa. Tinha feito amizade com Juliana e Patrícia de dar gosto. Cláudio e Sérgio também gostavam muito dele. Saíamos aos finais de semana, nos divertíamos muito. Íamos à casa de sua mãe, íamos à casa de tia Marieta e tio Jordelino. Passeávamos por todos os lugares turísticos de Goiânia. João Netto tirou-me da lanchonete, arrumou um lugarzinho no banco.

Trabalhava só de manhã, estudava à noite. À tarde cuidava mais da casa, dos meus irmãos e de mim.

Um dia João Netto chegou em casa e disse-me:

- Cristina! Assim não dá mais para continuar. Há três meses que estamos nesse "chove-não-molha", só essa de amizade, não dá mais, eu não agüento mais. Eu estou apaixonado por você. Eu quero uma resposta agora. Se for positiva, tudo bem. Se for negativa eu desapareço de sua vida para sempre...

- Calma, João Netto! Calma! Não é assim. Uma decisão importante em nossa vida não pode ser tão depressa como se parece! Sente-se aqui. - falei puxando-o para o sofá.

Eu estava cega de paixão por ele. Afaguei seus lindos cabelos e nos perdemos num longo beijo...

Nunca havia sentido tamanha emoção, pois foi o meu primeiro beijo.

Começamos a namorar firme já pensando em casamento.

* * *

Com um ano de ligação já estávamos de casamento marcado.

O apartamento já estava pronto, quando faltavam quarenta dias para o nosso casamento.

Era bem perto da casa que morava com meus irmãos, de vista.

Era o que eu queria, casar-me com João Netto, mas sempre notava algo de estranho, não sabia dizer o que era, mas às vezes João Netto me parecia muito estranho. Muitas vezes pensei em terminar tudo, mas a paixão falava mais alto. Pensava que a vida era feita e não traçada já anteriormente.

Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles
Enviado por Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles em 02/08/2006
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