A PONTE

As vezes eu penso nas minhas decisões como se fosse uma ponte. Por quê? É como se tudo que eu desejasse, tudo que eu sonhasse estivesse do outro lado de uma ponte, só que parece que tudo está tão longe que eu mesmo acho que sou incapaz de prosseguir com estes sonhos, com minhas vontades, meus desejos, fico sem forças, tudo é tão estranho, é como se eu estivesse paralisada, com medo, sinto como se tivesse de mãos atadas, só que ao mesmo tempo eu sei que para realizar todas minhas vontades, todos os desejos, eu preciso apenas de uma coisa: dar o meu primeiro passo. Mas eu sinto que esta ponte está frágil igual a mim, se eu atravessasse correndo será que eu cairia? Se fosse devagar será que eu conseguiria? E quando eu chegasse do outro lado da ponte será que as coisas seriam do jeito que eu gostaria que fossem? Me passa pela cabeça pegar uma bomba e dinamitar essa ponte para não ter que passar, mas, e os outros que precisariam atravessar esta mesma ponte como seria? Será que o desejo dos outros é sempre mais importante que os meus? Esquecer das minhas próprias necessidades para satisfazer a dos outros? Mesmo quando é por algo que me incomoda ou não me faz feliz. ou seja eu esqueço de mim, parei de viver a minha vida. Então, antes que eu cometa esse erro de dinamitar esta ponte, tenho que me apegar as minhas esperanças e reconhecer algumas coisas que vão fortalecer essa minha vontade. Ser companheira, amiga é muito bacana. Mas não tem nada a ver com negligenciar as minhas necessidades. É possível, sim, fazer coisas boas para outros, mas sem cair na síndrome de ser boazinha. O desejo dos outros agora é dos outros, eu vou lutar por aquilo que eu desejo, que eu quero, vou atravessar essa ponte, se eu cair com certeza irei levantar, vou devagar sim, porque , quem corre cansa. E se quando eu estiver do outro lado e as coisas não forem como eu sonhei, muita coisa boa ficaria, só o fato de saber que todo mundo me julgava incapaz de tomar uma decisão,e que eu que consegui atravessar a ponte já estará valendo a pena. As pessoas agem assim por diversos motivos. Seja o que for, é preciso descobrir a força que há dentro da gente. E por isto mesmo, um não, em momentos apropriados e colocado com firmeza , mas também com amor, pode fazer muito bem a mim e a outras pessoas do meu convívio. Porque o mais importante de tudo é a minha vida, a minha felicidade e o que ela faz de bom aos meus semelhantes.

vera luz
Enviado por vera luz em 13/02/2010
Código do texto: T2086033
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.