A FESTA

Aquela noite de final de dezembro, certamente seria mais uma noite monótona e sem graça. Eu havia sido convidado por um amigo, para comparecer à festa de aniversário de sua filha; convite esse que eu não poderia recusar devido aos longos anos de amizade com esse colega de trabalho. Por volta de sete horas, entrei para o banheiro, tomei um banho demorado sentindo o reconfortante contato da água quente a fustigar meu corpo exausto por mais um dia de trabalho estafante. Coloquei minha melhor roupa, usei um perfume importado. Entrei no velho carro e me dirigi rumo à periferia da cidade. Ao chegar, Antônio veio receber-me com grande satisfação, alegremente convidou-me a entrar em sua simples, porém aconchegante casa. Várias pessoas, cordiais e hospitaleiras, me receberam mostrando alegria sincera com minha presença. Em um canto da sala, deparei com uma mulher vestida com conjunto de blusa e saia estampadas em tons claros. A moça, era realmente elegante. Elegante até demais, pois seu porte destoava um pouco com as pessoas presentes, que eram em sua maioria simples e, como pessoas simples, trajavam vestes modestas, sem luxo ou pretensões exacerbadas. Porém, eu, em minha humilde condição de convidado, com meu traje informal, não me importei com o charme pretensioso da jovem. Acompanhei meu amigo até ela para ser apresentado, como manda as formalidades banais, contudo essenciais ao convívio social. Ao me aproximar da moça pude reparar mais de perto seus dotes corporais. Observei suas curvas arredondadas e sedutoras; senti o doce perfume a emanar de seu corpo alvo e supostamente macio. Encantei-me com seus olhos negros e seus cabelos penteados com apuro. A jovem mulher, possuía uma graciosidade impecável. Seu linguajar demonstrava uma cultura própria de alguém que pertencia às altas esferas da sociedade. Ao ser apresentado a ela, fui recebido com um sorriso gentil e belo que saía de uma boca pequena e sensual. Ao iniciar diálogo com tão encantador ser, pude comprovar o quanto estava enganado em minhas observações preconceituosas. Estela – esse era seu nome – demonstrou-me que além de bonita, culta e inteligente, era também magnânima, pois gastou várias horas de seu tempo, me encantando com sua simplicidade e a forma objetiva de encarar os problemas do cotidiano. Ao terminar a festa, não resisti e pedi o número do seu telefone, pois certamente, essa jovem passou a fazer parte importante de minha vida. Ao retornar a casa, fiquei imaginando como seria tocar naquela jovem, que gosto teria aqueles lábios sensuais; que prazer seria desfrutar de um abraço naquele corpo macio, cheiroso, e como seria gratificante e excitante fazer amor com aquele anjo em forma de mulher. É! Essa possibilidade, talvez algum dia, eu certamente teria a oportunidade de desfrutar, pois esse, certamente é o prenúncio de muitos outros encontros e com um pouco de sorte, eu conseguirei.

Gilberto Feliciano de Oliveira
Enviado por Gilberto Feliciano de Oliveira em 05/08/2006
Código do texto: T210009