O aprrendiz - final

- Hélio, Hélio, acorde menino, ta na hora de você pegar o ônibus, tua tia Lina chegou desde sete da manhã, tá aí sentada na sala, e já está fazendo aquela cara que tu conhece meu filho, vamos levanta que o café já está na mesa, e tua roupa está em cima do criado-mudo, não deixa de colocar a medalhinha de São Jorge hoje, e leva o cachecol de seu pai - aquele vermelho e branco - para dar sorte - apesar que no Rio de Janeiro não faz frio...bem...Hélio, chegou a hora...da tua estrela brilhar...vamos.

Hélio se revirou na cama, só duas vezes, e não demorou nem meia hora levantou-se estava de pijama e mesmo assim, enrolou-se no edredon e foi até a sala, onde a tia Lina lia o jornal, disse bom dia, e a mullher de uns 60 anos levantou os olhos e disse - Como você cresceu

Helinho, a última vez que vim aqui, você tinha o quê, uns 18 anos ou menos, sim, sim, acho que isso mesmo dezoito ou dezenove anos, é meu filho o tempo passou, para mim, e para você..

Mas vamos ao que interessa, a viagem. A viagem que mudará o seu destino, vou levá-lo daqui a poucas horas a Babilônia, ao lugar de derrota e de triunfo para muitos brasileiros: o Rio de Janeiro.

O jovem sentado na ponta do sofá, só observava sua tia falando e falando, mulher de estilo, advogada, escritora e hoje aposentada de um cargo público federal, resolveu oferecer sua residência na cidade maravilhosa para que Hélio pudesse tentar à vida de modelo/ator como ele sonhara, ele já havia perdido seu pai e tio queridos, que lhe deram tanta alegria na infância e adolescência, e agora Lina, irmã de sua mãe resolvera ajudà-lo, num momento importante.

O jovem despediu-se da mâe, e pegou o táxi, para a rodoviária da cidade que nascera, e foi ao destino sonhado...

Passados três anos, Hélio, formado em direito, já trabalhava com a tia em seu escritório - frustrado ainda sonhava com a profissão que sempre desejou - se modelo/ator...mas ainda não era, resolveu que iria custear aulas de teatro em um Curso especial para tal, ingressou, quando subia as escadas para ter a primeira aula, já estava quase terminando a subida...caiu...dois porteiros da localidade acorreram a ele indagando o que o mesmo sentia, e ele arfando parou de respirar...

Mais tarde, Hèlio já estava frio, dentro de uma geladeira, esperando liberação do corpo, e a chegada de sua mãe...

O sonho...e o destino...pregaram essa peça em Hélio, que morreu sorrindo, afinal estava indo de encontro à realização de um grande sonho...afinal ele era um aprendiz.

Valéria Guerra
Enviado por Valéria Guerra em 25/04/2010
Código do texto: T2218400
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