Semana Santa - parte 2
João Carlos não agüentando mais assistir ao sofrimento dos pais, acabou seduzido pelo tráfico de drogas e pela promessa de ganhar dinheiro fácil.
O menino de apenas 13 anos começou como vapor... comprando e levando lanches para os bandidos que ficavam de guarda na boca de fumo (os famosos soldados do tráfico), esse pequeno serviço rendia ao menino 200,00 por semana... porém o menino queria crescer, se tornar gerente um dia, afinal todo jovem sonha prosperar em qualquer carreira, não é verdade !?
Dois anos mais tarde o jovem João, agora com seus 15 anos já era olheiro... ficava no alto das lajes de tocaia, vigiando a subida da polícia ou de grupos rivais e sempre que algo diferente acontecia na comunidade, o rapaz soltava os morteiros para alertar seus comparsas.
A carreira de João Carlos parecia promissora, afinal ele era muito querido pelos traficantes de sua comunidade e estes sempre lhe presenteavam com tênis, relógios e até eletrodomésticos ganhos em assaltos feitos contra caminhões de lojas.
Infelizmente Maria não tinha tempo de acompanhar a vida do filho, pois ela passava a semana inteira na casa da senhora rica para quem trabalhava e só chegava em casa no domingo.
José por sua vez, só ligava para a bebida e as jogatinas no boteco que ficava no alto do morro.