07 - A MINHA CASA - Parte II

Como é bom ter o nosso cantinho, seja ele como for, uma casa é sempre uma casa, é o nosso lar, nossa vida está ali cravada nas paredes, nossos sonhos, nossas desilusões, nossos ideais, nossas idéias, enfim tudo o que somos e que temos, é a partir de nossa casa que são construídos, tudo o que desejamos, é nela que traçamos nossos projetos, e muitas vezes chegamos a visualizar alguns deles prontos, o que nos é muito bom e agradável, pois sabemos que estamos no caminho de alcançar nossa realização.

Já disse alguém em certa feita ,

“Que se as paredes falassem, o que as do seu quarto diriam?”

Quantas coisas não seriam reveladas da vida de cada pessoa. Sim pois as paredes estão ali, ouvindo a tudo, presenciando tudo, as paredes de nossa casa sabem do menor ao maior problema ou fato ocorrido em nossas vidas.

Fiz então uma oração, para todos aqueles que estão desabrigados, sem teto, sem lar, no relento, me ajeitei entre os lençóis e adormeci, só acordando pela manhã com o alarme do tele móvel.

Levantei-me, fiz minha higiene matinal, e me dirigi a cozinha, para prepara a marmita de minha filha que ia para o trabalho, era uma manhã de quinta-feira, o sol já ia alto, embora o relógio ainda marcasse 6;30h da manhã, só eu havia me levantado, minha filha ainda demoraria um pouco mais a levantar, o mesmo acontecendo com minha mãe, que toma remédios para hipertensão, o que faz com que ela durma mais tempo.

Enquanto preparava a comida, voltei a pensarem tudo que havia pensado durado a noite, e deu-me uma tristeza, parei o que estava fazendo e refleti sobre todos os pensamentos e conclusões que eu havia chegado a noite, enquanto esperava pelo sono, e voltei a pensar naquelas pessoas sem abrigo, que estão ao relento, crianças que se drogam junto com adultos bêbados, sim pois o consumo de bebida é inevitável em noites como a passada, bebem para não sentirem o frio, para dormirem mais rápido.

São pessoas que vivem sem uma perspectiva de vida, sem oportunidade com seus sonhos despedaçados, projetos inacabados, tantas pessoas infelizes que se enveredaram por um caminho meio que sem volta já que para acontecer esta volta depende muito dessas próprias pessoas desejarem.

São pessoas que vivem como uns vegetais, pois a dependência química faz com que de dia se pareçam com uns zumbis, já que as noites se amontoam em grupos para se drogarem.

E enquanto eu preparava o alimento para colocar na marmita para minha filha levar para o trabalho, ferviam os meus pensamentos a respeito do assunto.