SE VOCÊ LER, VAI CHORAR...

UM ANJO ME SALVOU

Meus caros! Essa é mais uma das minhas estórias. Talvez a única que não gostasse de contar. Não que seja estrambótica, obscena, ou vulgar. Essa história é na realidade a verdadeira história da minha vida, pois, ela foi quem delimitou o Raimundo na Terra. O Raimundo de antes e o Raimundo do depois. A nescessidade primeira é de prestar tributos a um ser extraordinário que surgiu para me salvar literalmente e, também, para uma frase perpetuar, pois se a felicidade existe é necessário que ela resida em um mundo interior, da qual esteja banida toda paixão, mesmo porque o remorso é o eco da perdida virtude.

Cheguei em São Paulo com a incumbência de criar 13 irmãos menores e a minha “santa” mãezinha.

Tudo bem! Depois de encaminhá-los, tratei de arrumar uma noiva e conduzi-la ao altar. Era uma linda menina moça que acabara de desabrochar. Morena, alta, esguia. Uma descendente de espanhóis, bela e sedutora. A sua beleza era tão acentuada que foi selecionada como modelo facial, por uma fábrica de cosméticos famosos.

Num determinado dia, morando num lindo lugar, fui acordado na madrugada, com ela plantada do meu lado e já com “tudo arrumado”, me balançava e dizia: “Bhá, meu querido Bhá! Acorde. Acorde!” Acordei, atordoado e sem nada entender, sentei-me na cama e na cabeceira recostei, foi ai que ela acabou de dizer – “estou indo embora, pois não sou merecedora de você. Você é o melhor homem que Deus pode ter mandado para o mundo, e eu não presto. Vou sumir e não adianta na casa da minha mãe me procurar, porque não tenho coragem de na cara dela olhar”. “Tome conta dos nossos filhos, porque é com você que eles têm que ficar”, e, virando-se para o berço onde dormia o filhinho mais novo, recém-nascido de apenas 05 meses, pronunciou: “DÊ ‘ELE’ PARA A IVONETE CRIAR, ‘ELE’ NÃO TEM CULPA DE NADA!”

E foi assim que tudo acabou.

A única coisa que me restou foi a sua calcinha rosa (asa delta), que na cabeceira da cama ficou, onde por mim tinha sido depositada, horas antes num grande momento de amor.

Até hoje, este foi o maior momento vivido por mim.

Como não estava preparado – acho que ninguém está -, entrei em derrocada e aquele lindo lar, em toca transformei.

Entulhei-me de todos os tipos de drogas, e nelas me afoguei. Abandonei todos e tudo e como “Zumbi”, fiquei. Caído, bêbado e alucinado! Vivendo das recordações e completamente trancado. As lágrimas eram o meu alimento, o álcool o meu alento, e na ilusão em viajava, e ia busca-la através do pensamento. Assim fui vivendo (sobrevivendo), com a alma sofrendo e o meu corpo esfarrapado. Até que num lindo sábado, de repente surge ao meu lado um “anjo de carne”, com os outros eu já convivia, esse “Anjo” cujo nome é NAILZA, se plantou perante mim e foi logo dizendo: “eu vim aqui para ficar, e não adianta me mandar embora pôs não o farei! Você precisa de ajuda, e se sua intenção é morrer aqui dentro eu vou morrer com você”. Eu relutei e tentei dissuadi-la, mas de nada adiantou, e por lá ela ficou. A coitada nem sentia o tamanho da dor que eu lhe causava, pois o seu propósito era me resgatar. Não ligava nem da hora que tinha que levantar, pois, trabalhando em São Paulo, da cama no Alphaville, tinha que pular, antes do primeiro raio de sol brilhar.

E foi fazendo esta jornada de grande sacrifício e dedicação, com toda a Luz Divina, plantada no seu coração, que conseguiu me retirar, daquela casa, outrora um lar, e para a sua me levar, e depois me recuperar.

A todos quero pedir perdão, pelos atos insanos praticados em momentos de grande emoção, mas esta história eu precisava contar, para no mínimo ser justo, com o “Anjo de Carne” que surgiu na hora certa para me salvar e aqui registrar!

E também, para perpetuar a frase que teima em não me abandonar - “DÊ ELE PARA A IVONETE CRIAR, ELE NÃO TEM CULPA DE NADA!” “QUEM NÃO PRESTA SOU EU!...”.

Minha grande Ná, Agora, depois da travessia do pântano da vida, venho a público declarar, para que o mundo inteiro fique sabendo o quanto você foi e é importante para mim.

Foi você quem encheu a minha cabeça de razão, o meu peito de emoção e o meu coração de amor.

Saiba que o que sinto por você é muito mais que amor.

É uma gratidão, uma veneração e um respeito imenso.

A coisa é tão forte, que não consigo me expressar com exatidão.

Então, pessoa linda!

Grandiosa Irmã, em sinal de respeito e gratidão, peço a Deus que escreva no Livro Sagrado, essa linda passagem das nossas vidas, nesse maravilhoso Planeta Escola. E que você seja sempre que nem a Terra. Mesmo pisada, ferida e vilipendiada, continue abrigando e fornecendo aos seus humanos irmão, o alimento divino - A M O R !

Muito obrigado menina, você foi uma heroína!

O seu gesto mudou a minha sina;

Eu já estava de cara na "latrina"!