MINHA INFÂNCIA QUERIDA

Ainda hoje carrego uma saudade comigo

Não sou novo mas também não sou antigo

Quando falo alguns zombam de mim

Nas estradas cortando fazenda

Quando mandavam eu ir na venda

Montava em meu cavalinho de pau, madeira de marfim.

Ao longe via levantar poeira

Já corria feliz abrir a porteira

Porque lá vinha um carro da cidade

Aquela seca de rachar o chão

Era o carro do nosso patrão

Que vinha visitar a sua propriedade.

Ele e esposa numa caminhonete turbinada

A sua caminhonete vinha carregada

De coisas pra nos dar de presente

Contente com a festa nossa

Mandava chamar o papai na roça

Pra vir festejar com a gente.

No fins de semana íamos no povoado

Todos contentes e bem arrumados

Juntava a familia inteira naquele carroção

Por todo lugar onde a gente passava

Felizes a todos comprimentava

E assim seguia a nossa direção.

Naquela fazenda só se via estradas boiadeiras

Com as laterais vermelhas de poeiras

Asfalto pra nós era novidade

Mas o progresso alí foi chegando

E tudo ali eu vi se modificando

Enfim o asfalto chegou vindo da cidade.

Onde era lamparina foi substituida

A luz elétrica chegou naquela casa tímida

Virou mecânica o que era tudo braçal

Era a tal mecanização e técnologia

Que pelo rádio se ouvia

Onde um trator trabalhava por dez animal.

Hoje morando aqui distante

Essa saudade que hoje é bastante

Aquilo tudo foi mexer com a gente

Meus pais em outra dimensão já foram morar

E quando voltei naquele lugar

E vi o quanto esta tudo diferente.

Dimi
Enviado por Dimi em 25/05/2010
Código do texto: T2277876