TERESA

Eu conheci Tereza. Era bela, um pouco tímida, mas forte.

A primeira vez que a encontrei, olhou-me com ternura, sentindo minha tristeza.

- Porque choras? perguntou-me.

Olhei-a profundamente e contei-lhe minha história.

-Há alguns dias, quando por aqui passei, exausta pelo caminho já percorrido, encontrei bem no meio da estrada, uma árvore pequena, mas com uma grande sombra. Estendi minha toalha, abri minha garrafa de água e sentei-me ao seu lado. Se não algumas carroças e bicicletas teimarem em atrapalhar meu descanso, eu teria até dormido.

Nessa altura, voltei a chorar. Olhei a estrada sem a árvore e imaginei não ter mais onde descansar.

Tereza olhou-me com muita pena, e explicou-me que em tudo na vida existe dois lados. Você, disse ela, chora oir ter perdido o lugar de descanso; e os carroceitos e os ciclistas choravam porque a árvore no meio da estrada e ainda com uma mulher dormindo, atrapalhavam seu trabalho.

Aprendi minha lição e não vou esquecer Tereza que fez-me pensar na ecessidade de cada um.

A árvore fora arrancada para que esta estrada ficasse livre e fosse usada por todos que por ali passarem.