Vinho na toalha branca.

Era um alguém de muitas paixões

Necessitava a todo tempo estar apaixonado, nutrir um sentimento por alguém

Era o seu ar, seu combustível,

Caso contrário à louça se acumulava, a resma de folhas não diminuía na mesa e as teclas da máquina empoeiravam.

E só via uma sobreposição de dias e noites na janela. E o sol lentamente queimar a cor das cortinas.

Mas mesmo quando uma nova paixão vinha, não era mais como antes, os frutos não eram mais tão doces...

Então ela apareceu e com ela o amor, as folhas voavam em sua máquina, as letras sumiram das teclas.

Litros de whisky foram esquecidos na dispensa.

Ele vivia, sorria, ele a amava e ela... Ela partiu

E com isso lhe partiu o coração. Garrafas foram abertas e se esvaziaram e o sabor da sarjeta voltou a preencher sua boca.

As folhas voaram de forma ainda mais voraz de sua máquina, seus dedos pareciam fundidos as teclas. Espalhando seu dor feito uma taça de vinho derramado em uma toalha branca.

Até que sua máquina quebrou, foi uma agonia aguardar que retornasse do concerto.

Ele não aguentou a espera...

31/05/2010