O CHARME

Numa repartição pública, o chefe pediu à secretária para lhe fazer um pequeno favor:

- Fabiana, vai à Polícia Rodoviária buscar um documento igual a este, rapidinho. Estou com muita pressa. Preciso disto para ontem. Para agilizar, use o seu “chalme”. – Brincou

- Sim, senhor.

Na saída, a colega perguntou:

- Fafá, eu não escutei direito. Como é mesmo o nome do homem que você vai procurar lá?

- Não sei, Rosinha. Parece que é Seu Charme, mas tem a letra L no meio.

Ao chegar, a moça andou para lá, para cá, perguntou a um, a outro e nada de encontrar o sujeito.

Vendo que o tempo estava passando, sem ter resolvido o problema, ela ficou muito preocupada e resolveu telefonar para o diretor:

- Alô! Sr. Dutra?

- Sou eu mesmo, Fabiana! O que aconteceu?

- Nada, não.

- Já pegou o documento que lhe pedi?

- Não, senhor.

- Mas, como?! Já tem mais de uma hora que você foi para aí, menina!

- Pois e´. Mas ninguém aqui conhece o homem que o senhor falou.

- Não é possível! Então, os policiais que estão aí são novatos. Passe o telefone para eu falar com um deles. Vamos! É para hoje!

- Alô!

- Alô! Você deve trabalhar há pouco tempo aí, não é mesmo?

- Não senhor. Já trabalho há uns quatro anos. Antes de vir para cá, fiquei seis meses na Serra, oito no Posto Policial de Guarapari, dois anos em...

- Está bom! Está bom, rapaz! Isso não interessa! Admiro você, com esse tempo todo e não conhece o Sr. Dutra!

- O Sr. Dutra?

- É.

- Do EIJ?

- Isso mesmo!

- É claro que o conheço! Aqui todos o conhecem! Só não conhecemos é o tal do Sr. “Chalme”.