O MENINO QUE QUERIA SER DOUTOR - Capítulo XXI

Chegou finalmente o dia em que eu seria pai e Augusta mãe.

Foi uma grande festa! Nasceu Patrícia. Patrícia Vilas Boas de Souza. Era uma menininha mimozinha, o rostinho bem redondinho, os olhinhos vivos. Era verdadeira obra de Deus.

Augusta era a mãe mais linda do mundo. Foi muito feliz no parto e nem parecia que tinha dado à luz, estava ainda mais bonita do que antes.

Eu era mesmo fascinado por Augusta, cada detalhe seu me impressionava. Era muito feliz, aliás, éramos felizes, Augusta também era apaixonada por mim, modéstia à parte.

No banco, em pouco tempo fui sendo promovido até chegar a gerente.

Consegui melhorar nossas vidas mais ainda. Comprei um grande terreno e construi um verdadeiro palácio.

Logo na entrada, pregada ao portão de ferro, coloquei uma placa: "Mansão Feliz". Tudo dentro daquele terreno reinava a paz do paraíso.

* * *

Nossa vida corria como sempre. Trabalhava, passeava muito com Augusta e Patrícia. Freqüentávamos muito a casa do capitão. De mês em mês íamos à fazenda ver meus pais. Aquela era nossa rotina por tempos e tempos.

A cada dia que passava, o nosso amor aumentava, não parecia uma coisa normal. Nós éramos tão apegados um ao outro que ficávamos longe um do outro, só nas horas que eu estava no banco.

Chegamos a procurar um psicólogo, pois achávamos que não era normal.

Fizemos vários testes e chegamos à conclusão que éramos assim pelo fato de sermos como irmãos, de termos sido criados juntos.

Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles
Enviado por Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles em 06/09/2006
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