Minha pior viagem

A pior viagem que já fiz na vida aconteceu no Amazonas.
Fui conhecer o interior como dizem por la, o Lago do Rei.
Primeiro atravessamos o rio na balsa, aquela das fotos. Depois o caminho todo foi feito pela água.Rio cheio,muito cheio.Em um barquinho de alumínio,que chamam de voadeira.Sem colete salva-vida,coisa normal por ali.
Os minutos se transformaram em horas, que suplicio. Pior era fingir que estava adorando a viagem. Barcos grandes passavam. O nosso barquinho parecia que ia virar.Eu de mostrando calma,mas por dentro desesperada.Um detalhe,não sei nadar e odeio me sentir fora do controle da situação.
Enfim chegamos, numa casa dentro da água. Porque ali em época de seca o rio passa a quilômetros de distancia. Mas na cheia invade tudo.E a casas são construídas para ficarem acima do rio.Naquele momento comecei a contar as horas para o retorno.
Ninguém pode imaginar o que eu senti, olhando pelas janelas e vendo só água. Por todos os lados.
Da hospitalidade daquelas pessoas somente tenho elogios. Em poucos lugares do mundo fui tão bem recebida. Nunca vou me esquecer deles. Uma família feliz em seu mundo. Para sair daí e ver os vizinhos somente de barco, conclusão fiquei sem sair. Em um barquinho minúsculo de madeira.E remando não animei
.Ate que em uma noite me convidaram par jantar; na casa vizinha. Sem opção,fui.
Maldita educação às vezes atrapalha.
Antes de o barco sair para o rio aberto, em frente da casa afundou. Lá se foi à câmera digital. Sou meio bicho, reajo de acordo com a situação, porque meu acompanhante também não sabia nadar. Em segundos já tinha achado o fundo,ainda bem que dava pé,Conclusão ainda fui no jantar,depois de me trocar.
Mas naquela noite nada teve graça, a comida estava horrível, a conversa também. Para falar a verdade somente me lembro que tinha muita gente.Muitas famílias.Mas minha tranqüilidade era aparente.Contava as horas pra voltar e ao mesmo tempo tinha medo de enfrentar o rio de novo.Mas não havia opção,para sair dali somente de barco e pequeno.
Finalmente o dia amanheceu não me importei de dormir em rede, caminhar sobre tábuas para chegar ao banheiro, tomar banho no rio. Só uma coisa me importava sair dali.E fui bem clara com minha anfitriã,nunca mas voltaria só se fosse na seca.Ela riu muito
.Minha calma era aparência, chegou à hora da volta. Os homens que iam nos trazer tinham bebido,e insistiram em ir no meio do lago,quando aquele barquinho foi entrando e vi troncos ,arvores e outros obstáculos.Explodi.O pânico tomou conta de mim.Exigi que voltassem
Que sensação horrível, impotência diante daquela natureza toda. E água e mais água.
Na minha mente eu via aquele barco virando, a força do rio é tanta que nem quem sabe nadar escapa. Não se vê a outra margem.Quem conhece o Amazonas sabe como é.Ali o homem se adapta a natureza é ela que comanda.
Como entrei em pânico viraram o barco. E fomos rumo a cidade.Horas horríveis,Cada balançar naquele barquinho era um desespero pra mim.Chorei e chorei,naquele dia lembrei a Deus todas minhas promessas que ainda não haviam se cumprido na minha vida.Implorei por misericórdia.Foram as horas mas desesperadoras que já passei,ainda hoje tenho pesadelos com elas.
Enfim chegamos à cidade, mas ainda restava um rio para atravessar, meu estado devia ser lastimável, porque um mineiro como eu, que mora ali há muitos anos comentou. Como trazem uma pessoa que odeia água , ela esta em pânico. E era verdade.
Lá fomos a um barco maior atravessando o rio. Enfim um taxi,casa.Segurança, não. .Porque Manaus é uma ilha.Rodeada por água.Mas enfim chão ..