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Saia justa IV


             
Desde menina criada num lar cristão, aprendeu com os avós e a mãe a persignar-se diante dos símbolos que consideravam sagrados, em sinal de respeito e adoração. Caminhando ou dirigindo, fazia o sinal da cruz quando passava  em frente de uma igreja e até nos cemitérios...
             Em mais um final de noite com a turma, se ofereceu para levar a amiga que estava sem condução em casa, mesmo não sendo seu itinerário, era um motivo para esticar a boa prosa entre elas.
            Atenta ao volante, mas animada em ouvir a conversa da outra, vislumbrou uma construção enorme, bonita, de tijolo aparente e seus olhos identificaram como uma igreja. Passando em frente, cumpriu o ritual: benzeu-se, contrita. A amiga encarou-a, espantada:
          - Quer me dizer por que se benzeu em frente ao prédio do INSS?
            Não querendo admitir a gafe, arrematou:
           - Rezei pedindo proteção aos que dele necessitam...
           - Ah, tá...

da série Saia Justa