LEMBRANÇAS DO PASSADO - Capítulo XV

CARO(A) LEITOR(A), ESTE CONTO É ESCRITO EM CAPÍTULOS, PARA ENTENDER A HISTÓRIA SUGIRO LER OS QUATORZE CAPÍTULOS ANTERIORES. UM ABRAÇO. MARIA LÚCIA.

Ao fim do terceiro dia dona Maria apareceu com aparência de quem havia passado fome e frio por todos aqueles dias.

Veio, pediu perdão, prometeu não fazer mais nada daquele estilo. Se humilhou ao máximo...

Só podia existir uma coisa feita, pois papai a aceitou.

Papai parecia um bobo na mão de dona Maria. Fazia tudo que ela queria. Era um político por excelência e um bobo na mão daquela vigarista.

Minha relação com dona Maria se tornou insuportável. Comecei a ficar mais fora de casa. Através de Cecília conheci um orfanato e comecei a visitar, a ajudar. Em poucos dias fazia um trabalho voluntário fazendo expediente de cinco horas diárias. As crianças eram sedentas de carinho. Em poucas semanas já me sentia responsável por todas aquelas crianças que eram órfãs ou abandonadas pelos pais, como se fossem meus irmãos. Era um orfanato pobre e pequeno. Eram cinqüenta crianças, as quais dedicava todo o meu tempo disponível. Brincava, ensinava falar, escrever, ler, enfim, tudo que precisasse que eu fizesse. Até na área da limpeza atuei.

Tudo aquilo estava fazendo com a permissão de papai que ajudava financeiramente particularmente e pela política conseguiu uma verba que deu para ampliar, reformar e equipar o prédio que estava em péssimas condições.

Chegava do orfanato, conversava muito com minha bonequinha Lili, contava-lhe tudo que acontecera no decorrer do dia. Todo aquele trabalho fazia passar muito depressa o tempo. Não percebi passar dois anos.

Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles
Enviado por Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles em 27/09/2006
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