As quatro estações

As quatro estações

Aos poucos os raios amarelecidos do sol do inverno,davam lugar ao ainda risonho principio da Primavera.

Alvoroçadas como sempre as primeiras avezitas migratórias faziam o seu aparecimento.Não tinham perdido o sentido do ninho deixado no outono passado.Vestindo-se de pequeninas folhas e flores,as árvores mais pareciam noivas em dia de casamento.Pouco a pouco tudo se ia transformando dando começo a mais um milagre da natureza.

Aqui e além tudo retomava á vida,adormecida durante os rigores do inverno.

Os Esplêndorosos raios de sol da alta Primavera aos poucos iam dando lugar ao Verão grandioso em que tudo se transforma em vida.

As árvores transformando suas flores em saborosos frutos.Os matagais

imensos com sua verdura imaculada tingem o horizonte de uma beleza irreal. Tudo se transforma em vida,respira-se encantamento,na rudeza do seu dia a dia,essa gente vive momentos de felicidade bem real.

Aos poucos sorrateiramente as árvores antes verdejantes,cheias de cor e vida,vão amarelecendo.

O Outono apressa o passo,lentamente entra porta a dentro sem pedir licença.Já crepita o lume na lareira.O Sol há muito deixou de aquecer

aqueles corpos curvados,cansados mas felizes.

Os campos antes verdejantes eram agora a nudez da própria morte.

Tinha-se cumprido o seu destino.

Já não se ouvia pela manha o cantar alegre dos passarinhos,anunciando alegremente o nascer de um novo dia.

Ficaram apenas os pardais,companheiros de todo o ano,de toda a vida.

As outrora frondosas árvores cheias de vida,levantavam agora para o céu seus ramos secos, nus,sem vida.

Como seus donos,seus companheiros de infortúnio,esperavam pacientemente uma nova Primavera,a continuação do milagre da natureza,do ano seguinte.

Como sempre,para muitos,cansados,a vida a esvair-se, para muitas daquelas frondosas árvores, sem seiva para poder continuar, para esses não mais haveria o milagre da natureza.

Para esses não haveria a próxima primavera.