O Hiperbólico.

Saiu em disparada, com cólica de rim, aos berros, adentrando ao matagal traiçoeiro, com espinhos de todos os tipos espetando suas pernas magricelas.

Correu desesperado em busca de um descampado a ficar uma boa distância dos demais. Mas não encontrava nada além de uma caatinga fedorenta e densa. As lágrimas e o suor faziam com que as feridas das pernas ardessem como se fosse um sapo ao qual crianças malvadas jogaram sal.

Uma cólica muito forte, que o acompanhava desde molecote, quando era obrigado a faltar dos compromissos devido à dor. Uma dor inigualável, inefável. Quando criança se esperneava de dor na cama. A mãe se descabelava. O pai queria bater.

Êta dor maldita, aquela, e que agora o aflige logo diante um encontro de amigos.

Mas que nada, sorriu, bastou soltar uns gases... É que era hiperbólico.

Savok Onaitsirk, 08.01.10.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 19/11/2010
Código do texto: T2624444
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