O Hiperbólico.
Saiu em disparada, com cólica de rim, aos berros, adentrando ao matagal traiçoeiro, com espinhos de todos os tipos espetando suas pernas magricelas.
Correu desesperado em busca de um descampado a ficar uma boa distância dos demais. Mas não encontrava nada além de uma caatinga fedorenta e densa. As lágrimas e o suor faziam com que as feridas das pernas ardessem como se fosse um sapo ao qual crianças malvadas jogaram sal.
Uma cólica muito forte, que o acompanhava desde molecote, quando era obrigado a faltar dos compromissos devido à dor. Uma dor inigualável, inefável. Quando criança se esperneava de dor na cama. A mãe se descabelava. O pai queria bater.
Êta dor maldita, aquela, e que agora o aflige logo diante um encontro de amigos.
Mas que nada, sorriu, bastou soltar uns gases... É que era hiperbólico.
Savok Onaitsirk, 08.01.10.