Pequena é Preso em Flagrante!

Nunca imaginei que um dia o Pequena seria pego pela polícia. E fora pego justamente com a boca na botija, como dizem por aí. Vinte e um “pinos” de drogas!

Pequena era um antigo comerciante da cidade, dono de um pequeno boteco no centro.

Seu apelido era Pequena pelo fato de quando era policial fora afastado do cargo por molestar uma quarentona à qual todos os dias quando passava com a viatura rumo ao batalhão encontrava essa senhora no ponto de ônibus e sempre a chamava de pequena:

“E aí pequena, a fim de dar um role? Não quer conhecer a potência de minha viatura?”

Até o dia em que a pobre senhora, vendo-se cada vez mais ameaçada, resolveu botar a boca no trombone, representando Rodiovaldo junto à Corregedoria da Polícia Civil. Rodiovaldo é o nome do Pequena, pelo qual era assim chamado – policial Rodiovaldo – antes de ser afastado da função.

A partir de então, como chacota, todos começaram a lhe chamar de Pequena, o que a princípio era um grande sarro, o tirando do sério, mas com o tempo o apelido se consolidou.

Rodiovaldo, ou Pequena, mudou-se então para o interior, cidade pequena, com o intento de firmar comércio e “fazer o nome”.

Escolheu Poeirópolis e aqui se fixou até a notícia espalhada pelos jornais semana passada:

“Polícia prende traficante que usava bar no centro da cidade para venda de drogas”.

Fui me inteirar e não é que era realmente o boteco do Pequena!

Ficamos chocados, eu e mais uns que não acreditavam nos indícios, uma vez acharmos que lá era um local freqüentado por usuários, nada mais.

Pequena acabou por um bom cidadão, com o tempo conseguindo o respeito da sociedade, apesar do receio de seu passado “negro”, tido como policial abusado e truculento.

Seu boteco era freqüentado sempre pelas mesmas pessoas, jovens intitulados “manos”, que jogavam sinuca, bebiam, ouviam as piores músicas possíveis, em alto e bom som, mal encarados, e, como dizem por aí, consumiam drogas, vendidas lá dentro por Pequena.

Ao ser pego em flagrante encaixando um recipiente contendo drogas num fundo falso dentro da geladeira, pequena foi logo dizendo, complicando=se:

“Eu não fumo nem nada! Só ganho três reais nesse negócio!”.

Savok Onaitsirk, 19.06.10.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 25/11/2010
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