'' CIDA 5 ''

Beleza, ahhhh!!! a beleza...quem e' bela, belo?...quem e' bonita, bonito? o que e' a beleza?, existe a beleza? existe feiura? gente feia existe?..e' uma coisa complicada este negocio de beleza, pois dizem que existe sim gente feia, mas engraçado!!!...sempre tem uma tampa servindo em uma panela, sempre tem sapato servindo no pe',..então???

E tem aquele antigo ditado que diz:- POR FORA BELA VIOLA, POR DENTRO PÃO BOLORENTO...UAUAU!!!

Maria Aparecida, Cida, meia gordinha, usava oculos, inteligente, sempre primeira aluna, recatada, simples, educada, amorosa, sonhadoooooraaaa!!!...sonhava com seu principe sapo e tinha certeza que no dia que o beijasse ele viraria principe...mas o beijo teria que ser completo, de lingua e tudo dizia ela para Malvina sua melhor amiga, ...magra, um palito era Malvina, sardenta e sorridente, alegre e realista, principe sapo com ela seria na porrada, ou virava logo principe e se indireitava ou morria de tanto levar pancada, e Cida se horrorizava com isto, o seu sapo não, ele levaria beijos e abraços e seria amado para sempre, ate' que a morte os separasse...e que fosse ela primeiro, pensava assim a doce Cida.

E Cida chegou aos 21, mais gordinha ainda, e trabalhava agora de balconista em uma loja de eletrodomesticos no centro da cidade...era uma loucura toda esta vida, pensava a suave e doce Cida e assim pensando e perdendo hora correu e atressou a avenida sem olhar e pensar em nada a não ser que estava era perdendo hora e não viu o carro que nela bateu, jogou longe, ficou desacordada e nem viu como foi levada para o hospital.

Acordou e soube que tinha o braço quebrado, uma costela fora de lugar e varias luxacões e machucados pelo corpo todo...e no segundo dia recebeu a visita do motorista que a tinha atropelado, estava meia sonolenta, ouviu vozes e tentava abrir os olhos, conseguiu e viu, viu seu principe sapo na sua frente, mas ele não era sapo, era so' principe, pensou a machucada , doce e suave Cida...e ele se apresentou, estendeu a mão e ela segurou na mão dele e sentiu, sentiu calor, amor, tesão, ilusão, bolha de sabão mas por favor bolha da ilusão...não estoura não, a bolha não estorou...esquentou, esquentou, ferveu , e ele tambem sentiu o calor, o olhar, sentiu um arrepio e sentiu mais ainda sua '' barra de chocolate'' fervendo, tentava disfarçar, mas o volume na calça o denunciava...virou um pouco de lado, sentia-se estranho com isto, que era isto? pensava Ernesto, o Neto, ...sentir tesão numa hora desta?, mas sentia e estava gostando do que sentia....

Se inclinou um pouco e deu um beijo no rosto machucado de Cida, demorou no beijo e sentiu que ela virava um pouco a cabeça, quase que a beija nos labios, ficou no quase, o beijo ainda ficou no cantinho dos labios, gostou, ...ela adorou!!!...Cida tinha beijado seu principe encantado dos seus sonhos dourados...o sapo ficava para uma proxima vez...este principe era lindo demais, tinha tudo que ela queria em um principe, e melhor, sem ser sapo....ilusão!!! ahhhh!!! ilusão!!!

Marta Rosa, irmã da Cida, mais velha 5 anos, morena exuberante, linda, alta, corpo bem feito, gostosa mesmo e solteira ainda nos seus 26 e louca para encontrar e levar ao altar cantando a musica universal ..''' ate' que enfim....achei um trouxa que gosta de mim ''', ainda não tinha encontrado, mas no dia que Cida trouxe Neto para casa e o apresentou 'a familia, Marta Rosa soube...era ele que seria o trouxa que levaria para o altar....não levou.

Cida levou, Neto era louco, apaixonado por Cida e Marta Rosa não se conformava com isto...como? como? como pode?...que loucura pensava Marta Rosa...eu linda e maravilhosa, exuberante e gostosa e ela gorda, desengonçada, sem graça e cheia de graxa saindo pelos poros com um lindo deste e eu sem nada...nadica!!!e dava em cima de Neto, se insinuava, se oferecia e ele se fazendo de desintendido, de bobo, fugindo dela, dizendo não...não e não, e ela no desespero, e ficou mais ainda quando convites foram distribuidos e o dia do casamento chegava....

Marta Rosa pensou em se suicidar bem na hora do casamento, para estragar mesmo...achou que não valia a pena, tentou outras taticas para acabar com tudo, não deu certo, Neto segurava bem a barra, nada contava para seu amor, Cida, e a doce e suave Cida de nada desconfiava, e insistiu e insistiu para que Marta Rosa fosse sua madrinha de honra....Marta Rosa foi, foi chorando de odio, de raiva, de ciumes...e dizia que era de emoção pela irmã querida do coração...falsa, fingida, hipocrita!!! e o ficou ainda pior quando Neto e Cida foram para a lua de mel...ficou por duas semanas mordendo fronhas e lençois, se siriricando pensando nele e em uma maneira de se vingar dele, dela, dos dois...se esquecendo que ela, Cida era sua irmã e ele agora seu cunhado e futuro pai de seus sobrinhos, sangue do seu sangue, carne de sua carne...

E Cida deu 'a luz a um menino. Neto na maior alegria

E Cida deu 'a lua a uma menina. E o amor dela por Neto aumentanto e o dele por ela triplicando.

Viviam bem, tinham comprado uma casa, carro, ele tinha bom emprego, ela vivia para os filhos e para Neto.

Casal perfeito olhado com inveja e ciume, e raiva , pela irmã, cunhada e tia Marta Rosa....

Marta Rosa nunca, mas nunca mesmo tinha pensado em disistir de Neto, não o amava, apenas o desejava, queria para marido, para mandar nele, escravizar, sugar o que ele teria de melhor, como chupar uma laranja e depois jogar o bagaço fora e nas suas loucuras, nos seus doidos devaneios planejava, articulava, o dia que daria o bote....e o dia surgiu!!!

Cida teve complições de pressão alta, diabetes e problemas no coração devido a estar acima do seu peso, fazia dietas, tomava remedios controlados e Neto ajudando, confortando, dando apoio, ela entrando em depressão, chorava e dizia que queria morrer, se sentia mais gorda do que era, sofria e fazia os filhos e Neto sofrer e pior sua libido, suas funções hormonais toda atrapalhada e ela sem sentir desejos, tesão e por mais que Neto tivesse paciencia, era homem, necessitava de carinhos, de sexo e ela, Cida, a doce , suave e boa Cida contava tudo para Marta Rosa, e não deu outra....

Marta Rosa levou Cida para o hospital de manhã, Neto levou as crianças para a escola e apanharia e traria para casa, Cida iria ficar e passar a noite no hospital para varios exames...e quando Neto chegou em casa com as crianças tudo estava arrumado, a casa perfumada e Marta Rosa por la' cuidando de tudo, colocou as criancas na cama, e Neto foi tomar banho e quando saiu do banheiro, nu', Marta Rosa, linda, deslumbrante e nu', em pelo, em cima de sua cama, o quarto tinha um cheiro bom de jasmim, meia luz e aquela morena linda, nua e sensual, languida, largada, mole e esparramada, esperando por ele......foi.

Neto levou as criancas para a escola e foi ao hospital apanhar a doce, suave e confidente Cida para leva-la para casa e quando Neto entrou no quarto Cida viu que ele estava diferente, conhecia seu principe muito bem...alguma coisa tinha acontecido, o que seria? e quando ele veio perto e lhe deu um beijo na boca, de lingua...ela soube!!!

Ele agora era sapo....seu principe, ao contrario da lenda, tinha lhe beijado de lingua e virava sapo, e ela viu marcas roxas no pescoço, chupões, varios e na hora um nome lhe veio na mente...

Marta Rosa, ela vivia sempre dizendo que adorava chupar pescoços, deixar marcas roxas...desde mocinha vivia dizendo isto, nunca escondeu de ninguem esta mania....

E apenas uma lagrima a doce , suave, delicada, romantica Cida derramou...por ela mesma, ela sabia que com aquele beijo traidor sua bolha da ilusão, de sabão, tinha estourado....plim!!!

E ate' hoje a vovo' Cida, doce e suave, gorda e bonachona, conta para seus netos e netas que um dia ela teve um principe que um dia virou sapo e Neto, ainda um vovo enxuto, apenas escuta e sente, sente remorso e dor...e quando olha para o sobrinho, e Cida tambem, sente mais ainda...João Vitor sabe que sua mãe e' Marta Rosa mas o pai ele nunca soube e por enquanto ninguem conta, ninguem toca neste assunto...

João Vitor um dia vai saber.

Primeiro foi Caim que sentiu ciumes de Abel

Depois de Caim, quem mais mesmo?

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WILLIAM ROBERTO CUNHA
Enviado por WILLIAM ROBERTO CUNHA em 14/12/2010
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