JARDIM DA VIDA !

Jardim da Vida

Francisco era seu nome...morava no bairro desde a muito tempo,muito era conhecido pelo seu coração franco,pelas crianças que sempre o respeitaram,desenvolvia,no bairro desde quando ali viera morar, um projeto de Jardim, onde os moradores da região pudessem trazer os filhos,as babás as crianças,havia uma área reservada, onde haviam gangorras,balanços,escorregadores,fonte d”água pura e limpa para a sede das crianças amenizar...quase todos os dias,depois de inaugurado o Jardim, o velho Francisco,vinha, com seu passo vagaroso,a sentar num dos bancos coloridos junto ao passeio,e ficava horas e horas, a espiar a vida passar, as crianças crescerem,aos pombos que por ali pousavam,das pequenos pedaços de pão, esfarelados em suas mãos calejadas e já tremulas.As crianças o conheciam como velho Chico...e com ele muitas que se achegavam, apressavam-lhe a pedir sua bênção...éra querido o bom velhinho...e assim, dia após dia, tudo se repetia,parecia história contada,como seu Francisco,de vez em quando também suas histórias contava às crianças que a ele se acercavam...uma ocasião, em uma das histórias, surgiu outra pessoa,que afastado,tudo espiava,e atenciosamente as histórias escutava.O tempo fora passando...Vez ou outra,lá estava Francisco,que agora em uma bengala se apoiava, foram-se épocas que pelo Jardim todo andava,a todos ajudava,e,agora,o que fazer...nada mais adiantava seu Jardim percorrer...sua idade, não mais ajudava, e aquele estranho, engraçado, sua fisionomia não mudava, lá estava ele,que a Francisco, espiava...Certo dia, como que por acaso, levantou-se de seu banco,que próximo a Francisco estava, acercando-se, licença pediu,e junto sentou-se...começou a conversar,palavras aqui, palavras acolá,

Ao Francisco,ele falou,meu amigo, a tempos venho aqui,e te fico a espiar,vou fazer-te uma proposta,e a você, depende aceitar...Fez a proposta calmamente,como se uma história contava,e Francisco,calmamente escutava...compreendera sim a proposta apresentada,e restou-lhe no final uma pergunta fazer...Quem da vida, peca eu a minha,vem do Jardim cuidar? Meu zelo por ele é grande,com é que vai ficar? Não sei se poderei mais neste banco sentar...onde é que vou ficar? O amigo, tal qual um anjo, levantando-se, falou,Francisco,é tua hora chegada,tua hora,finda,eu vim, a mando, te buscar...voce, que a muitos ensinou, a estas crianças viu crescer,agora vais ter outras histórias para contar,aos amigos anjos,querubins...tens a Deus para te escutar...

Quem , por aquele caminho passava,sem perceber ou notar,não sabiam, não notavam que ali não mais estava,seu Francisco,a dormitar...o sono dos justos, cabeça baixa,e em seus olhos molhados,duas lágrimas a rolar

Julio Piovesan

12-01-2011