LEMBRANÇAS DO PASSADO - Capítulo XX

CARO(A) LEITOR(A) ESTE CONTO É ESCRITO EM CAPÍTULOS. PARA ENTENDER A HISTÓRIA SUGIRO LER OS DEZENOVE CAPÍTULOS ANTERIORES. UM ABRAÇO. MARIA LÚCIA.

Qundo Antônio Carlos nasceu aconteceu uma tragédia na família.

Papai teve mais uma decepção com dona Maria, ela o traiu novamente, depois de várias outras vezes. Ele não resistiu e a matou com cinco tiros.

Meu pai já havia deixado a carreira política. Exercia a profissão que formara, advogado.

Papai foi para a cadeia, mas como preso especial.

Para nós tanto fazia, preso especial ou não especial. Era preso, e isto nos tornava muito infelizes, pois papai era um homem muito bom. Tínhamos certeza absoluta que havia matado num momento de grande desespero.

* * *

O tempo se passou e chegou o dia do julgamento de papai.

Era um dia muito triste, eu tinha medo que papai fosse condenado. Mas aconteceu o contrário, foi absolvido por unanimidade.

O motivo de papai se tornar livre não o deixou mais tranqüilo. Ele foi ficando cada dia mais amargurado, não conversava com ninguém, não saía de casa, e eu o vendo naquela situação ficava muito angustiada também. Desde quando saiu da prisão fora morar comigo. A casa onde morava estava fechada.

Os familiares de dona Maria havia levado Natalina para Belém. Eu não fiz muito esforço para que ficasse comigo, porque sabia que não iria dar certo, pois ela ficou muito revoltada com papai. Não lhe dei razão por tornar nosso pai um monstro, mas dei-lhe alguma por se tratar da mãe e mãe é insubstituível. Nada se compara a uma mãe, seja ela feia ou bonita, pobre ou rica, honesta ou desonesta, mas prevalece a qualidade de mãe.

Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles
Enviado por Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles em 30/10/2006
Código do texto: T277603