LEMBRANÇAS DO PASSADO - Capítulo XXIII

CARO(A) LEITOR(A), ESTE CONTO É ESCRITO EM CAPÍTULOS. PARA ENTENDER A HISTÓRIA, SUGIRO A LEITURA DOS VINTE E DOIS CAPÍTULOS ANTERIORES. UM ABRAÇO. MARIA LÚCIA.

Chegou o triste momento do reconhecimento dos corpos. Ninguém pode imaginar o que é ver dois corpos carbonizados, principalmente em se tratando de duas pessoas tão amadas.

Chegamos ao local do acidente. Os policiais foram mexando nos destroços e encontraram primeiramente o corpo de meu pai. Irreconhecível! Foi o momento mais triste que fui testemunha, nem sei descrever o quanto foi horrível. Logo em seguida o corpo de Carlos Alberto. Eu não sei como resisti.

Depois do enterro fui para casa tentar consolar meus filhos:

- Meus filhos, o que aconteceu com seu pai e seu avô foi muito triste, mas foi tudo conforme a predestinação do Nosso Pai Celestial, cabe a nós, agora, nos consolarmos e aceitarmos tudo conforme Deus nos preparou. Não cai nem se quer uma folha de uma árvore se não for pela vontade de Deus. Tudo que acontece está traçado por Ele e cabe a nós aceitar. Nós somos muito pequenos diante da grandeza de Deus e se fizermos tudo conforme a sua lei seremos ainda felizes. Eu tenho plena confiança que serei forte e capaz de criar vocês, dando-lhes todo o carinho que sempre dei e agora em dobro porque eu serei sua mãe e seu pai. Tenham vocês também confiança em Deus e em mim e me ajudem a enfrentar esta batalha.

Dei um beijo em cada um deles e fui para o meu quarto. Meu coração estava fechado, eu sentia um aperto no peito, que pensava não resistir. Pensava em minha solidão. Como seria minha vida? Agüentaria criar meus filhos? Saberia tocar os negócios da fazenda? Resistiria às pressões? Tudo aquilo girava em minha cabeça como um carrossel desparado.

O cansaço tomou conta de mim e eu acabei por adormecer abraçada à bonequinha Lili.

Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles
Enviado por Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles em 31/10/2006
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