** AGRESSÃO ** 3

Daniela reuniu as economias do banco com o dinheiro que herdou do pai. Juntos, ela e o marido começaram a por em prática a tão sonhada realização da casa própria.

Fizeram o orçamento dos matérias que iriam precisar no início. No dia seguinte foram eufóricos fazer a primeira compra. Cimento, britas, areia, telhas, ferragens, ufa!!! Uma lista e tanta... Ainda tem os pedreiros uma preocupação a mais arrumar uma pessoa de confiança para trabalhar com honestidade e não estragar material.

No decorrer dos dias uma vez ia Daniela, outras Pedro ao depósito de material

Para comprar ou trocar, caso tenha chegado um diferente do que eles pediram, na maioria das vezes era Daniela quem ia.

Muitos cálculos, muitas medidas, muitas conversas sobre a obra opiniões tiradas com amigos e arquitetos... noites e noites mal dormidas ou até mesmo sem pregar os olhos de tantas preocupações. A escolha das janelas, tintas e textura, o piso, o banheiro torneiras e registros, tudo muito bem pensado para combinar com a cara dos dois.

Assim que a casa vai ficando pronta eles vão adquirindo um brilho novo no olhar por saber que em pouco tempo estarão no seu ninho, mas claro que tem os imprevistos com materiais, com a construção, com as finanças que precisa ser reposta.

Daniela e Pedro combinam onde irão colocar os moveis, cada cantinho com muito cuidado para agradar os dois. Daniela continua a jornada fora e dentro da casa, monitorando o serviço do pedreiro e comprando os móveis a seu gosto e alguns a gosto do Pedro.

Enfim após um bom tempo a casa ficou no ponto de morar. Daniela e Pedro estavam felizes por entrarem na casa que juntos construíram.

Mas nem tudo é um mar de rosas, lá vem os contra tempos, algumas brigas, pazes, brigas, pazes, discussões.

Pazes, insultos, abraços...

E na medida em que os anos vão passando Daniela e Pedro vão vivendo a rotina do casamento, trabalho, filhos, estresses, e começa enxergar em Daniela os defeitos e acha que não tem obrigação nenhuma de agüentar, Daniela também fica entediada com Pedro e pensa ter mais trabalho que ele e não mais suporta as manias do marido, não dando mais Pedro resolve sair de casa, ficam uns dias separados e claro Pedro vai se divertir com amigos aproveitar a vida. Assistir uma boa partida de futebol, jogar baralho, pescar...

Mas com pouco tempo Pedro e Daniela reatam, e voltam a mesma rotina os mesmos papos as mesmas cobranças, palavras mal ditas que jogavam um na cara do outro, Pedro sai de casa novamente e fica levando a vida como se fosse solteiro sem problemas nenhum, apesar de ainda serem casados no papel, mas sente-se livre para fazer o que quiser, no entanto, não passa pela sua cabeça que Daniela também poderá arrumar alguém. E Daniela vai levando sua vida normalmente saindo com amigos e nessa hora que Pedro descobre que Daniela está curtindo sua solteirice e fica furioso.

Começa a vigiá-la a marcar em cima; mandando recados dizendo que está de olho nela.

Para ela ficar esperta que qualquer vacilo dela ele entra em cena.

- Quanta bobagem! Pois ele faz o que bem quer e nós já não moramos juntos, sou dona de mim. Diz Daniela.

Mas Daniela não quer só um cara para balada, ela quer compromisso sério, quer vida estável alguém para viver juntos.

Em um fim de semana convidou Carlos seu novo amor para ir a sua casa.

Jantaram, conversaram, assistiram um bom filme, ficaram horas de papo no portão antes de Carlos ir embora.

Logo pela manhã assim que abriu o portão estava Pedro com a cara mais fechada do mundo. – O que foi Pedro o que quer aqui?

- Vim só dar um aviso Daniela, se trouxer mais aquele cara ou qualquer outro acabo com você... Daniela esbravejou, gritou, ficou furiosa e disse que já não tinham nada um com o outro fazia da vida dela o que quisesse, pois ele estava livre também e cada um podia viver como bem entendesse.

- Sou homem pra mim tudo vale, mas pra você não.

- Que nada Pedro deixe de bobagem cuida da sua vida e deixe a minha.

- Está dado o recado Daniela, está dado... Depois não diz que não avisei....

Daniela fecha o portão, respira fundo e entra para dentro de casa tremendo de raiva.

Depois de alguns dias, Daniela marca um jantar em casa para o Carlos.

Ele chega pontualmente com uma garrafa de vinho nas mãos, o jantarzinho foi simples, mas muito gostoso. Conversaram, riram, ouviram músicas. A noite estava quente e o casal resolveu dar uma volta nas ruas para espairecer caminhar depois de encher a barriga, faz bem... Saíram de mãos dadas, abraçados e falando coisas que só eles

Entendiam e riam muito, saíram sem presa e sem rumo. Era tanta a alegria dos dois

que eles nem perceberam que estavam sendo observados.

E na ausência deles Pedro pega a cópia da chave que guardou e entra. Lá dentro olhando cada canto começa a relembrar dos bons momentos que juntos

Passaram, mas logo vem a imagem da mulher que foi só dele nos braços de outro,

Uma fúria o toma e transtornado começa a jogar álcool nos móveis que eles compraram, e em cada cantinho da casa que montaram e foram felizes, fizeram planos, concretizaram sonhos, e então atira fogo! Sai antes que se queime também, pois sua raiva era dela e não dele, estava cego de ciúmes sentindo traído, sentindo-se corno, babaca. Não, não, aquela mulher não iria fazer ele passar por bobo. Pedro vai para a rua pega o carro é some, nisso os vizinhos notaram o incêndio e avisaram o corpo de bombeiros, os policiais, e ligaram para Daniela que olha sem acreditar no que vê, e também não acredita na hipótese de que foi o seu ex-marido autor de tamanha crueldade. Sua casa, sua tão sonhada casa, seus pertences, seus enfeites, cortinas tapetes..

Tudo, tudo acabado, queimado... tudo destruído pelo fogo, sua vida que acaba e vira cinzas diante dos seu olhos.

“Esse tipo de agressão á mulher chama; AGRESSÃO PATRIMONIAL no qual a pena é de mais de três anos ao agressor.”

Laura Ry
Enviado por Laura Ry em 15/02/2011
Reeditado em 06/04/2011
Código do texto: T2792662
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