** AGRESSÃO ** 4

Sandra saia pouco de casa, mas estava empolgada com o casamento da prima.

Estava cheia de vontade de vestir um vestido novo, sandálias, fazer um penteado nos cabelos, maquiagem. Durante anos que não se dava a esse luxo, mulher de 43 anos , não se pode dizer que Sandra é uma mulher feia, mas não tem nenhuma vaidade, aí fica difícil de ser linda! Se ela se cuidasse fiaria sim uma mulher bonita, mas que nada, um relaxo só. Domestica lida o dia inteiro com casa, filhos e marido, papagaio, cachorro, gato, periquito... Então diante dessa situação sua vaidade não encontra lugar. E Sandra

Fica assim desajeitada mesmo. Ela dá a vida pelos filhos se desdobra para que nada falte a eles e nem ao marido José, o qual Sandra adora!!! Pelo menos quem vê acredita que é paixão, ou então... loucura contra a própria vida dela. O maridão não é nenhum galã, mas está em melhor estado que Sandra é muito mulherengo e se acha o tal. Sempre humilha a esposa nas frente dos filhos, amigos, e vive elogiando as outras. Acha que está fazendo bonito, ele sempre grita com a mulher exigindo que ela seja perfeita em casa, que ela dê nas mãos dele toalha, chinelos, roupas, comida...

Ele diz: anda mulher, faz direito, você só presta pra isso, capricha na comida, nas roupas, na limpeza da casa. E vê se não demora com esse almoço tenho horário sua

lesma, não sou igual você não. Leve as crianças pra lá quero ver a reportagem, e trás minha cerveja bem gelada, e trás um tira gosto até eu esperar o almoço. Assim que Sandra entra na cozinha a campainha toca, ela é claro que tem que atender pois o maridão não pode desgrudar abunda do sofá, abre a porta e entra os amigos folgados do José, que vão logo pedindo uma cervejinha para refrescar... E José grita novamente com a mulher para andar rápido, e um deles um homem mais educado diz: - José, não trata sua mulher assim não, é uma boa esposa, boa mãe dedicada, você falando assim na frente da gente ela fica sem graça. - Que nada Nilton, ela está acostumada e tem que ser tratada assim mesmo, é uma imprestável, olha só pra ela, que coisa feia... rs, rs... não sei onde eu estava com a cabeça quando casei com ela. – então Zé porque não se separam? Não! Separar dá gasto e trabalho, estou bem assim, tenho roupa limpa, casa, comida, me divirto com amigos e ainda pego umas na rua, pra quê melhor? E ela não tem o que reclamar, tem casa comida sem precisar trabalhar fora...

Depois que José dormia Sandra ia arrumar a bagunça e sujeira que ele fez.

Cuidando das crianças. Já tarde da noite Sandra toma um banho para dormir uma noite que parece ser uma hora, uma noite mal dormida agüentando ronco e braçadas do marido. Logo amanhece e Sandra tem que fazer o serviço todo de novo.

Sandra perdeu o entusiasmo de tudo, mas o casamento da prima lhe estava reanimando

Pelo menos dando-lhe vontade de cuidar um pouco dela mesma, e ficar bonita. Esse casamento colocou um brilho no seu olhar.

E um dia antes do casamento Sandra comprou uma sandália preta de salto plataforma pois de salto agulha não pararia em pé, podia cair no meio das pessoas,

Então optou pela plataforma. Comprou também um corte de tecido preto e levou para a costureira fazer um conjunto de saia e blusa, sendo a saia reta e comprida até no meio das canelas, e a blusa de gola boba, aquela que mostra tudo para a quem estivesse olhando. No dia do casamento a vizinha de Sandra fez-lhe um coque tipo banana, e colocou umas pedrinhas de estrass, os brincos combinado com a gargantilha, e uma leve sombra verde, um pouco de blach e um discreto batom. Sandra perfumou-se e ficou olhando-a de frente o espelho até estava achando linda!

Mas assim que o marido lhe viu disse: - Não tem coisa melhor para vestir não? – Essa roupa mandei fazer especialmente para o casamento não gostou?

- Ta bom, pra você qualquer coisa serve, ninguém vai notar mesmo. Mais uma punhalada no peito de Sandra. Cada ofensa cada insulto ela morria um pouco e o sorriso tímido que Sandra acabará de dar ao espelho desapareceu depois do comentário áspero do marido. Sandra caminhou em direção do carro cabisbaixa, com marcas de expressões

Vincadas de tristezas e olhos nevados de lágrimas.

Chegando ao casamento alegria total das pessoas rindo, brincando umas com as outras se divertindo comendo bebendo muita gente bonita principalmente as mulheres muito atraentes, seu marido arranjou uma mesinha num canto para Sandra e os filhos, e foi sentar-se com amigos em outra mesa mais a frente onde bebiam e riam muito. Toda hora chegava uma mulher para conversar com eles, teve algumas que até olhou para o lado da mesa de Sandra ria e dava um tchauzinho. José não perdia nem

Uma que passasse perto da mesa dele, cochichava algo com amigos e olhava até que a mulher desaparecesse, as vezes piscava o olho, outras vezes mandava beijinho e até sussurrava um GOSTOSA! Que Sandra não ouvia mas conseguia ler nos lábios do marido... Quando chegava alguém para conversar com Sandra e dizer para ela dançar, beber se divertir aproveitar a festa, ela sorria, agradecia, era simpática, mas por dentro sofria e queria mesmo era estar longe dali. Estava sentindo-se um zero a esquerda.

Quando José resolveu ir embora, fez um aceno com as mãos para Sandra,

Quando ela chegou perto dele e lê disse, vamos embora urubu, mocréia !!! E ria alto

Onde os amigos o acompanhou...

Em casa como sempre o marido cai na cama e dorme, Sandra acomoda as crianças no quarto. Tranca-se no banheiro e chora baixinho por tanta humilhação, descaso e insultos... Toma um banho e deita tristemente ao lado do marido.

Há mulheres que pensam que essa atitude do companheiro não é agressão, por achar que agressão é só fisicamente, grande engano! Sandra tem três opções.

1- Ou toma uma atitude para que o marido a respeite e a trate como todo ser humano deve ser tratado.

2- Ou largue-o e vai viver uma nova vida sem esse crápula.

3- Ou continua calada, um dia ela morre de desgosto e sofrimento.

Por que insulto, também e maus tratos.

Laura Ry
Enviado por Laura Ry em 15/02/2011
Reeditado em 15/02/2011
Código do texto: T2792774
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