LEMBRANÇAS DO PASSADO - Capítulo XXVI (ÚLTIMO)

CARO(A) LEITOR(A), ESTE CONTO É ESCRITO EM CAPÍTULOS. PARA ENTENDER A HISTÓRIA, SUGIRO A LEITURA DOS VINTE E CINCO CAPÍTULOS ANTERIORES. UM ABRAÇO. MARIA LÚCIA.

Em 1970 começou a fase de casamentos me minha família. Ana Catarina casou-se com Vicent Walter um americano que ela conheceu em sua estadia nos Estados Unidos em 1968. Eu chorava muito, mas não podia impedir a felicidade de minha filha. Ela se casou e com quinze dias de casada se mudou para os Estados Unidos, onde mora até nos dias de hoje. Todas as férias vem passar uns dias aqui, ela, o marido e Mary Anne, sua filhinha de três anos que é uma gracinha, fala português e inglês.

Em 1971 foi Roberto. Casou-se com Ângela e já tem três filhos. Carlos Alberto, Fabiana e Franceline. Três crianças adoráveis qeu eu venero.

Juliano e Antônio Carlos ainda não pensam em casar, pois estão muito bem em suas profissões.

Agora, em 1986, estou com cinqüenta e dois anos e ainda converso com minha bonequinha Lili como se fosse nos tempos de criança e a escuto falar comigo também.

- Você já notou, bonequinha Lili, como o tempo passou? Eu já estou ficando velha, eu não tenho mais a energia que tinha há vinte anos. Agora eu só espero a morte. Ficar junto dos meus: minha mãezinha, Tia Júlia, meu papai querido e o meu eterno amor. Você sabe quanto o amo, pois a morte não conseguiu nos distanciar, por muitas e muitas vezes me aprofundo nos pensamentos lembrendo-me dos doces momentos que passamos juntos. Todo casal têm suas briguinhas, seus desentendimentos, mas nós, você é testemunha, nunca discutimos por nada, os meus pensamentos eram os seus pensamentos, quando fazíamos alguma coisa que pudesse magoar o outro, verificávamos e consertávamos antes que pudesse ferir algum de nós. Meus filhos sempre foram maravilhosos, nunca me deram trabalho. Minha vida financeira é a melhor possível. Mantenho minhas obras assistenciais com muito sucesso. Minha família está criada. Natalina está muito bem com o marido. Eu acho que agora eu posso partir em paz e sossegada. Nada para mim me prende aqui...

"Que bobagem! Que tolice! Isto são palavras que possam sair de sua boca, menina Oscarina? Você que sempre foi uma mulher de fibra, falar tamanha besteira? Falar em morte? Você tem de continuar firme e forte. Todos nós precisamos de você. Só Deus saberá qual será a sua hora."

Havia me esquecido de mencionar o casamento de Natalina. Casou-se com um empresário famoso, muito bem situado na vida. Considera Oscarzinho como seu filho, até o ligitimou. Ela agora está esperando outro filho, já decidiram, se for homem vai ter o nome do pai: Eduardo Parnhos.

Fico a maior parte do tempo na fazenda ou na fábrica de roupas e o tempo que fico em casa é no quarto conversando com minha bonequinha Lili que me dá muita força e vontade de viver, para ver ainda meus netos e netas crescerem e ficarem homens e mulheres de muita garra e muita fibra.

Ter passado por coisas ruins não me deixou infeliz, pelo contrário, apesar dos pesares sou ainda uma pessoa feliz e segura e sei o que quero.

O tempo passa e ficam para trás somente as LEMBRANÇAS DO PASSADO.

Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles
Enviado por Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles em 01/11/2006
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