Minêro num perde o trem.. nem na Bahia

Há um velho e verdadeiro ditado que afirma: “Mineiro não perde o trem”, o qual se fez valer mais uma vez em nossa viagem à Bahia.

Cenário: Apto 267, Hotel coroa vermelha, Porto Seguro, Bahia.

Dia 21/02/10 – Segunda feira, horário indefinido (pelo menos até que leiam este relato).

De acordo com a programação de passeios da semana, o telefone toca de manhã e Terezinha atende sonolenta.

- Pois não!

- Booooommmm Diiiiaaaaaaaa, saída pro passeio de Chalana as 7:30 h.

- Ok, muito obrigada.

- Quem era? Pergunta Kostella.

- Levanta magrelo. Vamos sair as 7:30 h.

- Como assim, sair as 7:30 se já são 7:22? Após consultar o celular.

- Foi o que a Guia de turismo falou.

- Uái e você nem contestou? Não dá tempo nem pra tomar café sô!!

- Então vamos nos apressar homem. Respondeu Dona Tereza se dirigindo ao banheiro.

- Isso não tá certo não! Já colocando roupas apropriadas para ocasião, atabalhoado e resmungando.

Momento seguinte o que se ouviu foi um enorme estrondo e Terezinha saiu do banheiro deparando com uma cena no mínimo preocupante: Kostella com uma mão na cabeça e a outra no joelho, gemendo de dor.

- Santo Deus, só porque estamos atrasados não é motivo pra você ficar nervoso e quebrar tudo, homem!

- Não foi iiiisso! Gemeu ele, e explicou:

- Tentei sair pra sacada sem abrir a porta de vidro. Por isso não gosto de fazer nada com pressa, droooooga!

- Então “junta os trem” e vamos porque já são 7:28.

- “Beleza” de organização! Vô reclamá.

Saíram apressados, fazendo o trajeto do quarto ao local de embarque em apenas 1 minuto. Recorde imbatível.

Acontece que, vendo pouquíssimas pessoas por ali, foram procurar um dos guias.

- Meu amigo. Falou Kostella. – Nossa saída pra Chalana não é agora?

- Nãããão meu Rei. Somente às 7:30! Respondeu muito calma e tipicamente o guia.

- Como assim, se já são 7:35 h?

- Não, não... São 6:35 h e o pessoal ainda está tomando café. Falou o guia, desta vez não contendo o riso.

Olha gente, confesso que se eu tivesse vergonha, eu teria ficado.

- Perdão e obrigado. Respondeu disfarçando naturalidade.

- Talvez o senhor tenha se esquecido de que aqui não temos horário de verão.

- É. Então vamos tomar café, né Tê?

Na verdade não havíamos esquecido deste detalhe. Acontece que a dona Tereza havia acertado o seu relógio de pulso no dia anterior só que não havia acertado o celular, não avisando o bobão do mineiro.

Já sentados à mesa Terezinha cochichou sorrindo:

- Que vexame heim magrelo?

- Esquenta não. Respondeu ele massageando o joelho que ainda doía pra burro.

- E na testa, ficou algum galo? Perguntou com certa maldade no sorriso.

- Nada que não dê pra disfarçar.

Mas o que se seguiu foi um passeio maravilhoso. Axé pra todos.