LUMA E O COMPASSO DA CORRERIA

Vinha em passos largos, numa rua movimentada. Tinha pressa por alguma coisa, mas a verdade é que a correria, há muito, fazia parte da vida de Luma. Não via as pessoas, só passava por elas. Não enxergava a paisagem, só os obstáculos.

Olhou mais uma vez para o relógio.... "Meu Deus!" , quando de repente, sentiu algo que prendeu seu pé esquerdo. Olhou instintivamente. Soltou um palavrão ao constatar que o sapato, tipo Luiz XV, tinha sido "seqüestrado" na penha de uma pedra portuguesa.

Tentou, em vão, "se libertar", não deu. Tentou com mais força e... Não deu, de novo. Foi aí que notou o lindo jardim que havia, na "rua esta em que passava, correndo, todos os dias". Flores, arvores e grama. "Lindo!". Mas é o pé preso? "Droga!" tentou mais uma vez... Não foi! Olhou em volta... e viu as pessoas que por sua conta, simplesmente passavam por ela, "Será que sou invisível?". Não obteve resposta, a não ser de um gatinho que estava no jardim e olhava pra ela. O bichano, pretinho e engraçado passou a rolar no chão e pular, proporcionando uma belíssima exibição de humor. Luma não conteve o sorriso.

Ficou alí curtindo o panorama, até que se deu conta do tempo. Porém se viu calma e relaxada.

E o pé? Há... foi simples, descalçou o Luiz XV e se foi, só que desta vez com um lindo sorriso (RSRSRSRSR)!