O QUE FAZ UMA GATINHA...

Marcelo andava triste, cabisbaixo. Pensava, pensava, mas, nada que lhe vinha à cabeça, o agradava. Primeiro, pensava na sua gatinha, que estava doente; não era sua namorada, era sua gatinha mesmo, a Mel, aquela fofura siamesa que, todas as manhãs, o acordava miando, para que lhe servisse logo o seu desjejum, aquele leitinho gostoso. Acabada a refeição, esfregava-se às suas pernas, toda dengosa, depois fazia-lhe companhia, enquanto Marcelo preparava a sua própria refeição: café quentinho, um pedaço de pão dormido, com um pouco de manteiga.Isso era tudo o que Marcelo possuía; vivia, sozinho, num quartinho alugado, mas levava uma vida tranqüila. Agora, porém, com a sua gatinha doente, não sabia o que fazer, não possuía, sequer, dinheiro para levá-la ao veterinário. Por outro lado, não podia faltar ao trabalho, corria o risco de ser despedido; isto não podia acontecer, afinal de contas, esse era o seu ganhapão e se acontecesse, sua situação ficaria ainda pior...

Sua cabeça girava, não encontrava solução: “fico em casa cuidando, com amor, da minha querida Mel ou vou para o trabalho e ficar o dia inteiro preocupado? Será que a encontrarei com vida? Oh! Meu Deus, ajuda-me! Já tenho tão pouco, como poderei viver sem a minha Mel?

Estava, ainda indeciso, quando lhe bateram na porta; era uma linda mocinha, sua vizinha, que gostava muito de animais e viera lhe perguntar por que a sua gatinha estava desaparecida. Marcelo, então, lhe respondeu que estava muito triste e narrou-lhe o que estava acontecendo. A bondosa mocinha, chamada Sueli, contou-lhe que costumava brincar com a Mel, todas as manhãs no jardim e se ofereceu para tomar conta da Mel, enquanto ele estivesse trabalhando. Marcelo agradeceu-lhe e saiu, já atrasado para o serviço.

Ao chegar em casa, à noite, teve uma surpresa agradabilíssima. A gatinha Mel, assim que o viu, correu para ele como a lhe dizer que já estava curada. Marcelo, surpreso, perguntou para Sueli:

-Você é uma fada madrinha ou o quê?

-Nada disso, “respondeu-lhe”. Meu padrinho é veterinário e ele tratou da Mel, sem cobrar um centavo. Com os medicamentos e com o meu carinho, ela, logo, se recuperou...

-Sueli, como lhe agradeço! Sua bondade é imensa e, agora, sei que tenho uma grande amiga e ao mesmo tempo, a madrinha que a Mel tanto precisava. Que Deus lhe abençoe!

Como o amor, aos animais, aproxima as pessoas, ou melhor, como o amor aos animais nos ensina a amar e a nos aproximarmos!

Tete Brito
Enviado por Tete Brito em 27/03/2011
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