SÓ DEUS SABE, SE MEREÇO! - Capítulo II

CARO(A) LEITOR(A), ESTE CONTO É ESCRITO EM CAPÍTULOS, PARA ENTENDER A HISTÓRIA SUGIRO LER O PRIMEIRO CAPÍTULO. UM ABRAÇO. MARIA LÚCIA.

Vovô Conrad Fritz era um forte empresário do Rio e era sócio do meu tio Ricardo, irmão da vovó. Tinham quatro filhos e mamãe era a caçula, muito mimada, sempre tinha do bom e do melhor. Quando tinha quinze anos começou esse namoro proibido com meu pai, no colégio, aliás, colégio é bom, mas acentecem coisas de arrepiar.

Vovô descobriu e tentou de todas as maneiras desfazer o amor mas não conseguiu. Mandou mamãe para um colégio de freiras em Petrópolis. Ela só vinha em casa nas férias, mas não sei como, continuaram o namoro ao longe, através de cartas, recados de amigas, porque nessas ocasiões não se perdem as amigas mais fiéis que sempre ajudam. Quando mamãe fez dezoito anos, retornou do colégio definitivamente, pois já havia concluído o científico e lá nesse colégio não tinha faculdade. Foi então que se casou com papai porque não precisava mais da autorização de vovô e vovó. Vovô ficou muito zangado, pois soube mediante a aprentação da certidão de casamento exibida por papai.

Ele conta até hoje como foi: Ele chegou perto do vovô com um metro e noventa, olhou para cima, que papai é alto, mas nem tanto, e disse:

- "Seu" Conrad, eu quero comunicar-te um fato. Eu e sua filha Juliana acabamos de nos casar.

Diz papai que nunca tremeu tanto, nem quando foi receber o diploma de médico, porque quando se casou já era médico há dois anos. Quando começou a namorar mamãe, ela estava no ginázio, que hoje corresponde ao 1º grau, ele já fazia estágio num hospital em frente ao colégio que ela estudava. Foi assim que se conheceram. Vovô era muito branco e ficou vermelho igual a um peru e falou em alemão, diz papai que pensou que ele não sabia e falou:

- Seu preto imundo, não vai deixar minha filha passar fome!

Aí papai respondeu em alemão também:

- Pode deixar, "se" Fritz, fome tenho certeza que não iremos passar, aliás, o senhor está convidado a almoçar conosco hoje.

Papai diz que nunca viu um homem tão furioso, queria o matar, pegou uma faca e encostou no pescoço dele, não concretizou porque vovó chegou:

- Conrad, não faça isso! É melhor nós irmos embora e nunca mais ver aquela ingrata.

Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles
Enviado por Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles em 16/11/2006
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