Os quatro nomes d Chicão

Os quatro nomes do Chicão...

Como todos os meus amigos sabem, sou forte admiradora dos animais e fui, durante muitos anos, protetora de bichos abandonados que pegava nas ruas, fossem: gatos, cachorros ou qualquer animal que estivesse em perigo ou doente e abandonado. Colocava no meu carro e levava-os para o abrigo de uma senhora, Dona Eliete e, por isso, ficamos conhecidas como as “PROTETORAS”. Muitas pessoas, por conhecerem esse trabalho, costumavam jogar, no meu jardim, animais cujos donos queriam desfazer-se...; isso tudo, para não se darem ao trabalho de levá-los para o abrigo, que ficava, relativamente, perto da minha casa. Além disso, toda semana, ajudava-a com trinta quilos de carne de frango e mais o que ela recebia de doadores como: ração, leite, etc... dava para alimentar de duzentos a trezentos bichos. Muitos desses animais, que peguei na rua, eu, mesmo, os criei na minha casa, com muito carinho, pois minha família inteira, também, gosta muito dos bichinhos...

Dona Eliete, já foi para junto do Senhor e eu, também, já não tenho mais garra pra cuidar desses pobrezinhos; tenho, atualmente, dois gatos pretos e um cachorro, tb, preto e mestiço, todos com saúde, porém bem velhinhos...

Com essa introdução, vou-lhes contar a história do Chicão, meu gato mais velho, atualmente, com quase vinte anos de idade, já bem velhinho...

O título da história é: “OS QUATRO NOMES DO CHICÃO

No final de 1991, meus netinhos encontraram na rua, um gatinho abandonado, todo pretinho, com os olhinhos, ainda fechados. Ao vê-lo assim, tão novinho, achei que não sobreviveria, pois teria que lhe dar leite de vaca, que faz mal para o gato bebê e o leva à morte, em poucos dias, com diarréia.

Mesmo assim, eu lhe dei um nome: PELEZINHO.

Só que Pelezinho não morreu;foi amamentado pela gata Chiquinha, que ainda tinha leite, após ter amamentado seus próprios filhos. Ela o adotou assim que o viu e não o largou mais. Coloquei-os numa caixa e a mãe adotiva só saía da caixa para comer e fazer suas necessidades. Criou-o como se fosse seu (vejam que mãe zelosa!)

Após trinta dias, Pelezinho já se alimentava sozinho, então a mamãe Chiquinha, saiu pra namorar e, infelizmente, foi atropelada e morreu.

O gato, quando é muito novinho, fica difícil identificar o sexo

Nessa época, eu ainda trabalhava e cuidava de minha querida mãezinha,pessoa já bem idosa, com os seus noventa anos; Uma amiga chamou-me a atenção, dizendo que o Pelezinho não era gato e sim uma gatinha...Batizei-o pela segunda vez de CHIQUINHA, em homenagem à mãe que o amamentara.

Chiquinha cresceu e eu, sempre ocupada, com muito trabalho, cuidando dos meus bichos, da minha casa, de mamãe, não me liguei, com relação ao seu sexo...

Certa noite, estávamos todos na sala, em reunião festiva, quando a Chiquinha entrou e miando, subiu no sofá em que eu estava sentada. Como sempre, costumo falar com os meus bichos, lhe perguntei:

_ Que foi, Chiquinha, está com fome?

Minha nora, Ângela, que estava sentada ao meu lado, olhou para a gata e perguntou: _ Chiquinha, com este saco?

_ Saco? Perguntei...

_ Sim, respondeu minha nora: _ Olhe bem, isto é um macho!

_ Macho!!! Caramba, como pude me enganar...

Pela terceira vez, tive que batizá-lo de CHIQUINHO, para não diferenciar muito do seu nome feminino.

Chiquinho, já adulto, saiu pra namorar e sumiu durante um mês, procurei-o por toda a vizinhança, sem sucesso, até que ele apareceu magro, todo machucado, com um corte na orelha e... meio agressivo!

Liguei pra veterinária, ela me recomendou que tratasse dele antes de castrá-lo. E assim o fizemos e Chiquinho ficou um gatão gordo e bonito! Viveu esses anos todos, caseiro e sossegado, como fazem todos os gatos castrados. Hoje, é chamado, por todos, de CHICÃO, está velho, magro, com vinte anos incompletos, anda com dificuldade, troca as pernas traseiras, mas continua comendo bem e dorme o tempo todo...

Tete Brito
Enviado por Tete Brito em 28/04/2011
Código do texto: T2937409