SÓ DEUS SABE, SE MEREÇO! - Capítulo IX

CARO(A) LEITOR(A) ESTE CONTO É ESCRITO EM CAPÍTULOS, PARA ENTENDER A HITÓRIA SUGIRO A LEITURA DOS OITO CAPÍTULOS ANTERIORES. UM ABRAÇO. MARIA LÚCIA.

Voltamos a nossa rotina, mas sempre com o fantasma do preconceito nos rondando.

Nosso namoro começou a ficar perigoso, pois nos excedemos e aconteceu o que não devia.

- Eu não sei como aconteceu isso conosco, linda! Não era isso que queria para nós dois. - falou ele um dia, todo preocupado.

- Amor, nada acontece na vida da gente sem estar pré-destinado. Nós tínhamos que nos entregar a esse amor. - eu tentava consolá-lo.

- O que seu pai vai pensar de mim? Eu traí a sua confiança.

Ele ficava quase louco e eu tentava sempre tirar-lhe o peso da consciêcia. Até que um dia, o meu corpo foi mudando de forma, meus seios cresceram, minhas ancas enlargueceram, enfim, fiquei totalmente mudada. Meu pai, como era ginecologista, percebeu logo, antes mesmo de mim, pois era meio bobinha e achava normal.

- Helenzinha, está tudo bem com você?

- Está papai, por quê?

- Estou achando você bem diferente, acho bom você ir até o hospital comigo para fazermos uns exames.

Acabei contando a papai o que tinha acontecido comigo e Edilson. Fiquei com vergonha de papai, mas eu nunca vi uma pessoa tão compreensiva quanto ele.

- Não se envergonhe, filhinha, você não foi a primeira e nem vai ser a última no mundo. Agora temos de cuidar de você, pois nem precisa fazer exames para saber que você está grávida e...

- Grávida?! - interrompi papai com um grito.

- Calma, Helenzinha, gravidez não é a pior coisa do mundo, desde que seja bem aceita. Você tem de aceitar, porque agora é irremediável, o que podemos fazer é cuidar de você e do bebê.

- Agora não, eu não quero me casar, eu não, agora, agora não! - fiquei desesperada.

- Mas quem falou em casar? Você pode até casar, se você e o Edilson quiserem, mas isso fica na sua vontade, o bebê irá nascer, você casada ou solteira, será meu netinho querido, seja você casada ou não. - falou papai até um pouco emocionado.

Agradeci a papai e fui para o meu quarto meditar o ocorrido.

No outro dia quando contei a Edilson, senti que ele mudou até a fisionomia. Por um instante achei-o horroroso, mas não falou nada, se despediu de mim e até ontem, porque às vezes hoje ele pode aparecer.

Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles
Enviado por Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles em 21/11/2006
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