SÓ DEUS SABE, SE MEREÇO! - Capítulo XIV

CARO(A) LEITOR(A), ESTE CONTO É ESCRITO EM CAPÍTULOS. PARA ENTENDER A HISTÓRIA SUGIRO A LEITURA DOS TREZE CAPÍTULOS ANTERIORES. UM ABRAÇO. MARIA LÚCIA.

- Olá, caros(as) leitores(as). Sou Carlos. Eu quem vaou terminar este conto que ficou parado tanto tempo...

Hoje, está fazendo exatamente um ano que Helen não faz mais parte da nossa vida cotidiana. É isso mesmo. Deus precisou dela com sua bondade e a levou, deixando-nos nesse mundo que ficou muito triste sem a sua presença.

Oh! Meu Deus, como pôde chamá-la tão cedo! Não consigo suportar essa dor, me sinto tão fraco...

As últimas linhas que ela escreveu foi no dia quatorze de julho de 1988 e hoje, dezesseis de agosto de 1989, está fazendo um ano que ela partiu depois de ter sofrido tanto.

Depois do acidente, do terrível acidente, que ela relatou, ficou com problema seríssimo no cérebro. Coitadinha! Passava por duras crises, ficava completamente transtornada. Nós passamos a vigiá-la vinte e quatro horas por dia, mas sempre sem que ela percebesse que era uma doente. Às vezes quando descuidávamos um pouco ela fazia qualquer coisa impossível.

Havia momentos de completa lucidez, quem não a conhecia jurava ser pessoa completamente normal. Mas nem por isso deixei de amá-la. A amava ainda mais, pois pensava que precisava mais ainda do meu amor. Tivemos de separar um quarto só para ela, à noite tínhamos de trancá-la. Fizemos um visor a prova de choque na porta, para que pudéssemos vigiar o seu sono.

De vez em quando a crise não era agressiva, era para ficar calada e trancada no quarto, ficava dias e dias sem sair nem no jardim para conversar com as plantas e as borboletas e dar esmolas aos pobres: eram as coisas que mais gostava de fazer nos últimos tempos de vida.

Helen era maravilhosa! Não é porque ela morreu, mas nunca amei tanto uma pessoa!

Quando chegou do Rio, como ela mesma disse, nos tornamos amigos.

Ela foi ao colégio fazer a matrícula de Elizabeth.

- Bom dia! Quero matricular esta mocinha! - disse ela passando a mão na cabeça de Elizabeth.

- Esta mocinha linda? É sua irmã? - perguntei.

- Não, é minha filha!

- Sua filha!? Está brincando. Você é muito jovem para ser mãe de uma menina desta idade! - falei espantado, pois Helen era muito bonita e não aparentava a idade que tinha.

- Minha filha sim. É porque sou mais velha que ela só dezesseis anos! - falou com aquele sorriso lindo.

Fizemos amizade ali mesmo. Ela pediu-me para arrumar uma casa para comprar. Providenciei logo, arrumei uma casa muito boa. A qual fiz uma grande reforma logo depois que os casamos.

Ela relatou que venci na vida não por sua ajuda, mas foi. Não ajuda financeira, que foi pouca realmente, mas a ajuda moral, o apoio que qualquer homem precisa da companheira.

Helen: mulher excepcional, sabia por onde chegar em qualquer pessoa. Muito inteligente, tinha sempre uma solução para todos problemas que surgissem.

Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles
Enviado por Maria Lúcia Flores do Espírito Santo Meireles em 24/11/2006
Código do texto: T300015