MILAGRE

Da zona norte ‘a zona sul, tem algumas léguas para percorrer, mas nada tão pratico e rápido como o trem bala que Teobaldo usava para ir embora todos os dias após o trabalho. Certa vez, ele saiu da empresa onde trabalhava que ficava a três quadras da estação, e foi esperar o trem das seis.

Naquele tarde, como não era de costume o trem atrasou. Teobaldo inquietou-se, olhou de um lado para outro, caminhou ate a primeira curva, e nada de trem, nem vestígios. Ligou para sua esposa e pediu que não esperasse para o jantar, comeu alguma coisa por ali mesmo e deitou-se no banco de pedra que ficava na estação. Estava tão exausto que pegou no sono rápido.

Depois de três horas de atraso, devidos a panes que ocorreram na locomotiva, ela chegou ao destino. Porem o sono de Teobaldo era tão profundo que não despertou. Adormeceu ali por toda a noite. Quando nasceu o sol, não existiam possibilidades de seus raios transpor o subsolo e acordar Teobaldo, portanto ele não foi na hora certa para o trabalho.

No serviço, os colegas de trabalho se penalizaram ao saber no noticiário que o trem que ia da zona norte ‘a zona sul havia descarrilado. Tentaram acioná-lo pelo Bip, mas a bateria tinha arriado. Telefonaram para sua casa, a mulher que não tinha pregado os olhos, atendeu com voz angustiada, esperando pelo pior. As informações não se cruzaram, então não demorou muito para sua esposa saber que ele estava desaparecido, ou nem pensava no pior, que ele tinha se acidentado no trem.

Quando já estava tudo tomado as providencias cabíveis, aguardavam somente o chamado da delegacia para o reconhecimento do corpo, Teobaldo aparece apressado com a cara e a roupa toda amassada se desculpando pelo atraso. Seus supervisores e amigos pasmaram-se, o “desaparecido” não entendia o que estava acontecendo, mas a euforia foi toda acalmada quando Teobaldo viu a noticia do jornal.

Paul Darline
Enviado por Paul Darline em 10/06/2011
Código do texto: T3025600
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