VICIADO? MEU FILHO?

Quando descobriu o fato, quando encontrou a “coisa”, o primeiro impulso da mãe foi procurar a polícia, o pai do guri, um psicólogo, sei lá! Mas era fim de semana. O pai estava viajando a trabalho, a polícia, bem... devia estar mais ocupada com outras coisas. Ou aquilo não era da competência da polícia. E psicólogo? Por mais que queiram aumentar o “faturamento”, não dão plantão aos domingos.

Baratinada, ela caminhava de canto a canto da casa, a espera de que o filho de 14 anos aparecesse para lhe dar explicações. Mas quando a campainha tocou e ela reconheceu pelo olho mágico a vizinha que recentemente mudara para o prédio: uma loura bronzeadérrima, top, deliciosa, 40 e poucos anos, que sempre encontrava com ela no elevador, a mãe percebeu que a solução veio até a sua porta. Nem deu tempo para a outra dizer o que queria. Foi logo desabafando:

- Tânia, querida, você que é mãe de adolescente também...

E contou à amiga o que havia descoberto. Em seguida, correram para o computador.

A mãe tremia, completamente descontrolada. A loura afagava os seus ombros, tentando acalmá-la.

- Amiga, veja como aquele menino estava viciado em... Por isso que não queria ir mais à igreja...

À media que a mãe ia mostrando as páginas que o guri acessava na internet, os olhos da loura arregalavam-se mais e mais. Os seios esculpidos arfavam. Um calafrio, um rubor a ponto de arder-lhe as faces, tomava conta de si.

Poucos segundos depois, a campainha do apartamento soou novamente, o que fez a mãe dar um salto da cadeira e sair correndo. Esbarrando nos móveis, de tão atordoada que estava, foi atender à porta.

A loura voou para o computador. E numa agilidade quase sobre-humana, acessou diversos comandos, vasculhou pastas. E enquanto ouvia a voz da amiga conversando com alguém na sala, ia deletando as fotos comprometedoras dela, que pudessem por fim àquela amizade que se iniciara há poucas semanas.

Mas... vem cá! Chegaí!

Você pensa que a história terminou assim?

De repente ouviu-se o barulho de chave destrancando a porta. Passos na sala. Em seguida gritaria, tapas, objetos sendo derrubados... E sobrepondo-se a tudo isso, uma voz máscula implorando:

- Para mãe! A senhora tá me machucando!

A loura correu para ver o que acontecia, ao mesmo tempo em que o adolescente fugia da mãe na direção do quarto. Os dois quase se chocaram no corredor. Mas o choque maior ficou por conta da surpresa. Era a primeira vez que a loura deliciosa e o guri de 14 anos se viam pessoalmente.