A mulher de tábua

A rua deserta

As casas de tábuas vazias.

As pessoas escondidas atrás da porta.

É o medo...

A mulher toda torta desce pela rua.

Seu cajado lhe dá proteção,

Das quedas, dos cachorros vadios daquela cidade.

Ela apenas desce pela rua e também está vazia,

Das esperanças, do respeito aos mais primórdios direitos.

Ela vive pela cidade e esmola na porta da rodoviária.

Quando a noite vem, ela some entre ruas e becos.

É o mistério...

Alguns dizem que já lhe viram pelas portas do cemitério

Outros afirmam que ela é a mulher de tábua,

Aquela que assombra em noites as pessoas daquela rua.

Onde todos se escondem atrás da porta.

É o medo misterioso de todos os dias...

Mas lá vem ela,

A mulher toda torta, que na vida sente-se como morta.

E assim povoa meus medos de criança.

Toninho.

02/09/2011

Em Itabira no meu caminho para a escola e igreja, tinha uma rua longa, onde uns quarteirões dela as casas eram feitas de tábuas, e os adultos sempre afirmaram, que por lá aparecia uma mulher de tábua que aparecia no período da Quaresma. Eu menino sofria com o medo, mas não tinha como evitar aquela. Seria mais fácil as pedras do Drummond.

Toninhobira
Enviado por Toninhobira em 05/09/2011
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