FOI ASSIM QUE ACONTECEU...
 
 
 
Caminhou apressadamente em direção ao táxi que a esperava. Acomodou a bagagem de mão no banco traseiro, ao seu lado e pediu ao motorista que pisasse no acelerador; precisava sair dali o mais rápido possível, antes que ele percebesse sua ausência.
 
Enquanto o carro rodava pelas ruas da cidade em direção ao aeroporto, passou um filme em sua mente, detalhando os últimos anos de sua vida. Conheceram-se em uma feira de informática na Alemanha, onde cada um representava suas respectivas empresas.
 
Ele vinha de um casamento de dez anos, recém desfeito e ela, disponível, após o término de seu namoro de cinco anos que nada lhe rendeu, senão uma estranha sensação de jamais ter conhecido a verdadeira paixão, embora ansiasse por ela.
 
Encontravam-se todas as noites após o fechamento da feira, regressavam ao hotel, cada um ia para seu quarto para, mais tarde, encerrarem a noite no lobby com o último drink, regado a bom e longo papo. Depois... Ah, depois era só paixão. O encaixe era tão perfeito que sentiam-se perdidamente apaixonados.
 
Não tinha como dar errado. Mas deu! Ele não era quem ela pensava, ela não foi o que ele pretendia que ela fosse. Quando se viram no ambiente comum aos dois, compartilhando das mesmas coisas, tudo caiu em uma rotina insuportavelmente odiosa. Os sonhos não passaram de pesadelo e o amor – uma farsa. Não se entendiam mais. A magia havia terminado, de forma tão brusca e incompreensível, como começara.
 
Era preciso coragem para romper com o cordão que, presumidamente, os unia. A atração existia, mas não o bastante para manter a relação. Era preciso sair daquela cadeia de acontecimentos que os separava, cada vez mais. Não lamentava; estava acostumada a esse ir e vir de sentimentos em sua vida.
  
E foi assim que, (mais uma vez) ela fugiu daquela união que não passara de mera ilusão. Já não tinha mais ânimo para sustentar o insustentável. Não tinha tempo de sobra para investir em algo que não lhe era conveniente, nem lhe acrescentava nada. Não sabia se era coragem ou covardia o que a impelia à fuga. Não importava. Haveria de superar mais um baque em sua vida, sempre tão inconsistente, quando se tratava de amor. Estava tranqüila. O mundo era grande demais para se resumir naquela breve história de amor. A vida é assim!
 
 
(Milla Pereira)


Para curtir:
Foi assim - Fafá de Belém

http://youtu.be/3fegkgM6bY0
 
 
Este texto faz parte do
Exercício Criativo "
Foi assim que aconteceu".
Saiba mais, conheça os demais textos:

http://encantodasletras.50webs.com/foiassim.htm

 
 
 NA>> Sem energia elétrica, desde a manhã de hj, só pude publicar o texto do EC agora. Me desculpem os companheiros do grupo.Beijos
(Milla)