"ESSE CARA É UM GALINHA" (continuação, quarta parte)

“ ESSE CARA É UM GALINHA”

Continuação: ( quarta parte). Incentivada pela minha mui querida sobrinha, Nena Medeiros, resolvi continuar esta história. Quem não leu a primeira parte, sugiro que procure lá atrás, no mês de março.Obrigada, Tetê Brito!

Após o nascimento de Terezinha, sua filha, Nivalda não cabia em si de felicidade... Sua vida mudara muito, a maternidade fizera dela, uma mulher madura, desenvolta, responsável e, alegremente, dava conta dos afazeres domésticos, com a ajuda, é claro, da Dona Jovita, uma senhora simpática, que fora contratada e, em pouco tempo, já tinha conquistado todos daquela casa... Tio José estava remoçado, afável e totalmente afeto à família...Nunca pensou em se casar, gostava da sua solidão, dos seus livros e, jamais imaginou que, algum dia, pudesse ter uma família e que a amasse tanto!

Nivalda, todas as noites, rezava e agradecia a Deus pela felicidade alcançada, ia à missa aos domingos e fizera do Padre Aldo, seu amigo, confidente e conselheiro.

A casa, antes, tão lúgubre e sombria, agora adquirira, com a chegada daquele anjinho, mais luz, mais alegria... As janelas, sempre fechadas, foram abertas para a entrada do sol e do cantar dos pássaros...

Nivalda estava, realmente, feliz e, isso lhe deu forças para estudar e conseguir uma vaga na Faculdade de Direito onde, sua comadre Terezinha, também estudava; a amizade entre as duas tornara-se mais sólida, principalmente nas horas em que ambas se encontravam no parquinho, com as duas crianças; era um lazer gostoso...

Infelizmente, a felicidade de Nivalda estava perigando; como uma sombra, Artur ficava a espioná-la, à distância, com intenção, talvez, de se vingar do fora que levara do seu José. Nivalda percebia que estava sendo seguida; por isso, corajosamente, resolveu enfrentá-lo:

- Artur, qual a sua intenção? Que é que você quer de mim? Saiba que se continuar me perseguindo, vou denunciá-lo...

- Nós precisamos conversar...

- Não tenho nada pra falar com você.__respondeu

- Tem , sim... Nós temos uma filha, e eu quero conhecê-la...

- Sua filha? Como pode falar assim, se você me abandonou, grávida e ainda me expulsou da sua casa... Você não tem o direito, eu sofri demais com o seu desprezo, não tinha para onde ir e você não teve um pingo de compaixão...

- Eu fui leviano, bem sei, mas estou arrependido...

- Leviano? Você foi cruel e ordinário. E pensar que eu traí uma amiga pra ficar com você...

- Mas eu quero dar o meu nome...

- Nem pense nisso! Minha filha não merece ter um pai que a abandonou! E virou-lhe as costas, enojada com tanto fingimento e ignomínia...

- Isso não vai ficar assim... __vociferou__ vou ao Juiz reclamar os meus direitos...

Nivalda voltou pra casa, mas nada comentou com o tio; não queria preocupá-lo... Mas, naquela noite, não pregou olhos!

Fico por aqui; na próxima, conto o que o Artur aprontou...

Tete Brito
Enviado por Tete Brito em 04/10/2011
Reeditado em 04/10/2011
Código do texto: T3257920