AVE...NTURA

No tempo de criança ainda

Entre sete e dez anos de idade

Eu junto de minha irmã

Tirávamos férias da cidade

Na casa de nossos avós

Que moravam no interior

É pra lá que nos duas íamos

Imagine quanto horror !

Barbaridade de ruim

Mas não por maldade não

E mesmo que assim pareça

As novas experiências

Não me saiam da cabeça

Subindo em árvore trocava

Os passarinhos do ninho

Esperando que a mamãe cuidasse

Do que nem era o seu filhinho

As vezes ao trocar o ovinho

Caia algum no chão

E quando era filhote

A ave que vinha a galope

Levava o tal filhotinho

A galinha apostava corrida

Pendurando no bico o bichinho

Tirando uma da outra

O pequeno animalzinho

Coitado do passarinho!

Casas de João de barro pra mim

Era uma descoberta empolgante

Queria eu saber se havia

Quarto e sala elegante

O corredor se dava pra ver

Este sim sabia que existia

Ligeiramente a porta de entrada

Era o hall que logo se via

No potreiro o gado estava

E tinha horário pra comer

Era no paiol que se guardava

A palha e o milho para viver

Muito empolgante era olhar

O boi e a vaca a triturar

A palha com o milho dentro

Que servia para o alimentar

Algo novo estava nascendo

Experiência um tanto maldosa

Montei a espiga com vidro dentro

E o animal foi aquilo moendo

O sangue na boca do touro

Tudo era novo pra mim

O boi remoendo o vidro

E eu esperando o seu fim

Descobrir aumenta a confiança

E o medo nos faz correr

Mas eu não sabia que o vidro

Faria o tal boi morrer

E foi no momento oportuno

Que uma sova ali eu levei

Mas nessa eu era culpada

Do muito mal que eu causei

A surra até que foi pouca

Por causa desta maldade

Mas o descobrir da criança

São coisas da sua idade

ROSANE KUCHAK
Enviado por ROSANE KUCHAK em 09/10/2011
Reeditado em 09/10/2011
Código do texto: T3266682