G¢rusa ¹ ² ³

1º encontro com Gerusa...

_ Bom dia!

_Dia. Eh! Eh! A senhora podia me explicar sobre esse negócio de casa própria?

_Pois não. Sente-se.

Gerusa abre a sacola plástica, e retira vários papéis, que pela experiência profissional diária no setor de atendimento, já identifiquei como contracheques. Discorro, então sobre trâmite e documentos necessários, que possibilitariam o fechamento do negócio (a concessão da carta de crédito). Gerusa ouve atentamente, e agradece o atendimento.

2º encontro com Gerusa...

_Dia. Eh! Eh! A senhora podia me explicar de novo aquilo tudo, é que meu marido, o Zé, não entendeu nada. Ah! Será que dá pra escrever...

_Pois não. Sente-se.

Sequiosa por ajudar tão necessitada família, imprimi simulações, e fiz um relato detalhado da transação, a fim de que Gerusa conseguisse, enfim convencer o marido descrente, de que os dois juntos, podiam SIM, comprar um imóvel. E depois deste dia, não mais vi Gerusa.

Até que por uma feliz coincidência, meu chefe diz:

_Hoje a Regina faltou, fecha uma escritura pra mim. Corre lá, o setor está sozinho.

3º encontro com Gerusa...

Eis que chega o casal de braços dados, com suas roupas impecáveis “de domingo”, para assinar a escritura de uma casa em Santa Cruz. Gerusa apressou-se a me apresentar o Zé, o marido descrente. Enquanto assinávamos os papéis, perguntei se a casa era como ela sonhava...Gerusa me respondeu de maneira simples e feliz:

_Sim senhora, tem tudo que eu queria, água na torneira e banheiro só pra mim e o Zé.

...Gerusa precisava de bem menos do que eu imaginava para ser feliz...

28/12/06

Adriany Cristine
Enviado por Adriany Cristine em 11/01/2007
Reeditado em 02/01/2009
Código do texto: T343062