"Um dia de sol" ost-Lisy Telles


Gracias!

 


A família tem por costume passar as férias em Búzios, onde as crianças aproveitam os encantos do mar e da areia branca. E principalmente: Gozam de liberdade!

Este ano, entretanto, a família resolveu que iria conhecer Puerto Madryn, Patagônia Argentina. Mais precisamente: Península Valdés, onde os únicos donos e senhores do espaço e do tempo são os animais; os lobos marinhos, os pássaros, os pingüins..
Além do pai e da mãe, a família é composta de três filhos: A mais velha, com dezessete anos, o do meio com doze e o menor com quatro anos. Estavam, todos, ansiosos por fazer um programa diferente. Tão diferente que teria, até, que ir de avião. Claro que o menor, Francisco, mais conhecido por Chico, preferia ir para Búzios; mas seguindo o entusiasmo da maioria, o que importava mesmo era fazer parte da equipe. Mercê dos acontecimentos, e sem entender direito o que iriam fazer, naquele passeio, além de ver pingüins, como lhe fora  informado com muito entusiasmo, ele pensou: “Ver pingüim deve ser bom! Será que é melhor do que brincar na areia ou dar um mergulho no mar? Talvez seja”.

Assim, depois de vários acertos com a documentação, compra de passagem e reservas de estadia: Saiu à família rumo ao aeroporto. O vôo estava marcado para 8 horas da manhã. Teriam que chegar lá com uma hora de antecedência, mas a ansiedade fez com que chegassem duas horas adiantadas. O jeito era esperar. Afinal, duas horas passa rápido. Assim seria não fosse uma pane no sistema: Que atrasou o vôo em quatro horas.
A espera seria mais longa...
..O pior era a conexão de Buenos Aires para Puerto Madryn. Certamente, com o atraso, perderiam o vôo já agendado.
Dito e feito. Tiveram que esperar em Buenos Aires, por mais quatro hora, o próximo vôo para o destino programado.
Todos já estavam exaustos. Principalmente os pais do Chico. Eles não sabiam mais como controlar o moleque, que parecia ser o único com energia total; pois não parava nem aparentava cansaço.
Como toda espera, uma hora termina: A hora do embarque chegou e todos respiraram aliviados. Finalmente o Chico adormeceu. Isso até desembarcarem e irem para o hotel.
Antes de mais nada era preciso descansar. Só o Chico estava pronto para iniciar a excursão, rumo aos pingüins. Mas teve que se conformar e aceitar esperar o dia seguinte.

No dia seguinte e nos outros dias que se seguiram: as saídas foram constantes. O pai alugou um carro. E a satisfação em ver os pingüins e os leões marinhos, era enorme para todos. Menos para o Chico, que naturalmente aceitava, mas continuava achando que a praia era muito mais divertida! Pra começar, não entendia porque todos ali falavam coisas que ele não entendia. Bem que ele avisou a mãe, quando entraram no restaurante: “Mãe, aqui todo mundo fala japonês”.
Depois de muitas excursões a lugares interessantes: Era hora de regressar. E lá foi a família, novamente rumo ao aeroporto. Que, infelizmente, não era o mais próximo de onde estavam.
Depois de longa espera no saguão do aeroporto, um funcionário avisa que devido a um problema os vôos estavam todos lotados. Eles poderiam permanecer na cidade por mais um dia. (por conta da empresa aérea) ou deveriam retornar ao outro aeroporto. Aquele que ficava perto do hotel onde estiveram hospedados. Mais uma hora de táxi ao citado aeroporto... E mais espera.

Se a turma já estava cansada, imagina o Chico, que supostamente sem nada entender sonhava com a praia de Búzios.
Finalmente, todos prontos para o embarque. Os funcionários muito solícitos e atenciosos saudavam a todos com: Gracias... Gracias... Gracias... E entre gracias pra lá e gracias pra cá, o pequeno Chico exclama alto: “Gracias a Deus”! ’
Todos se olharam e a gargalhada foi geral.

Agora o Chico está em Búzios aproveitando a praia, imitando leões marinhos e pingüins; refestelado na areia.

 
Lisyt
Enviado por Lisyt em 21/01/2012
Reeditado em 26/02/2012
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