Cantarolando a vida

O encosto da cadeira até que é confortavel, uma música rolando, e a mente a milhão, precisando de um abraço que caiba o mundo. Um carinho, um olhar e um beijo é disso que ela precisa. Talvez quente, ardente, daqueles inesquecíveis. Se levantando, ela pensa como num sonho, ou sonha com um pensamento: ser feliz.

A positividade a segue, nas ruas e avenida, como se só existisse ela, a mala dela e um suco em lata que comprou num bar, ou padaria, não dava para saber ao certo. Os balconistas mal humorados, só disso que ela lembra bem. Mas já não importa, ela está bem com ela mesma. Se alguem aparecer, um "bom dia", "boa tarde", mas se tiver meio escuro já não se arrisca, até porque para as televisões as noites são perigosas. Medo? Sim, existe. Mas não de viver. Ela nunca deixou de achar graças nas coisas, com humor ou sem humor, ás vezes os risos escapam, pela maneira que as pessoas falam. Distraída, só curtindo as músicas que entram e ficam em sua cabeça, do mesmo jeito que o fone não desgruda dela, ligado no celular.

Nossa!! A bateria acabou!! Ah, sem problemas, ela canta, sem ligar pra quem estiver olhando, com os fones ainda nos ouvidos as pessoas iriam pensar que ela estava ouvindo aquela música. Compartilhando, com certeza, com quem está com pressa ou correndo para um serviço, chato ou legal, mas todos davam a atenção para ela. Olhando estranho ou rindo, ela se sentia bem.

Até que encontrou um lugar agradável, sentou-se. "Ebaa", a cadeira era muito mais confortavel, e por sorte, uma tomada ao lado, ligou o carregador do celular e recomeçou a ouvir suas músicas preferidas, se acomodou. A mente já estava tranquila, por tudo que passou nesse dia. Viu coisas piores, ou melhor ouviu. Um funk, um hap, daqueles caras que passam com o celular na maior altura. Mas entende o lado deles, eles estavam se sentindo bem como ela.

"E daí, o que importa? O encosto dessa cadeira é mais confortavel ainda, vou ficar por aqui, porque amanha tem mais." Sendo do mesmo jeito ou diferente, ela estava sempre a espera de algo novo.

Letícia Dantas
Enviado por Letícia Dantas em 09/02/2012
Reeditado em 31/03/2013
Código do texto: T3489393
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