Quando eu morrer te levo junto

Beatriz era uma moça delicada, gentil, alegre e casada com João Pedro. Formavam um belo e bem sucedido casal. Ele , um empresário do ramo de apicultura e ela uma conceituada fisioterapeuta. Não tinham filhos e viviam felizes até que numa reunião entre amigos soube de uma suposta traição do marido. Sua vida a partir daquele momento tornar-se- ia um verdadeiro inferno. Vigiava o marido o tempo todo querendo um sim e ele negando a traição.

Uma noite recebeu um telefonema de um policial dizendo que João Pedro fora encontrado a beira da estrada todo ensanguentado. Dirige-se ao hospital e ao ver o marido com o rosto parcialmente desfigurado - Aristóteles, marido de Gerusa, o agredira ao flagarem juntos. Ela desmaia. Os médicos a reanimam e ela pede ajuda a Joseph amigo do marido que chega rapidamente e toma as providências

para transferir João Pedro para uma clínica particular onde é submetido a várias cirurgias.

Durante um mês Beatriz vigiou o marido amorosamente, embora já soubesse da traição. No dia em que ele teria alta da clínica ela o beija delicamente nos lábios e fala baixinho .

- Essa eu perdoei, a próxima eu corto seu brinquedinho, asso e te faço comer com batatas coradas.

E outra coisa, quando eu morrer te levo junto. Ele sorriu, não acreditava no que estava ouvindo.

Voltaram para casa e aos amigos foi dito que ele fora vítima de um assalto.

Mas reza o ditado que quem trai uma vez fica freguês e João Pedro, seis meses depois, se envolve com uma moça que era mantida por um senhor que tinha idade para ser pai de ambos. Resultado, levou dois tiros, um na bunda e outro de raspão no braço esquerdo.

Beatriz enlouqueceu, o ciúme roubara-lhe a razão e num ímpeto de fúria, vai ao encontro da amante do marido disfarçada de empregada e com um bilhete falso onde João Pedro implorava a sua visita. Consegue convencer a moça a acompanhá-la, pegam um táxi e chegam a sua casa. Entram pela área de serviço, tomam um refrigerante e se dirigem ao quarto do casal. Quando o marido vê as duas entra em desespero. Beatriz fecha a porta, senta-se no sofá e delicadamente tira da bolsa um cinto grosso, cigarros, isqueiros e uma pistola.

Ordena que a moça tire a roupa e lhe dá uma tremenda surra. Depois se aproxima do marido com a pistola numa mão e o cigarro acesso na outra.

- Tira o short, seu safado! Ela ordena.

- Ia cortar esse brinquedinho mas ele ainda me será útil, vamos ver se você é macho mesmo! Encosta a ponta do cigarro na parte íntima do marido que urra de dor, suando desesperadamente. Não satisfeita, manda ele virar de bruços e o queima várias vezes na bunda e por fim apaga o cigarro na sola dos pés do seu amado maridinho.

Aterrorisada, a moça presenciou tudo e treme qundo Beatriz manda que ela se vista. Dessa vez ela pega seu próprio carro e a leva até a metade do caminho dizendo-lhe

- Ele é um safado, mas é meu até a morte! Portanto fique longe, bem longe!

A vida seguia para eles mantendo a aparencia de um casal normal. Depois desse episódio ainda deram uma festinha para comemorarem o aniversário de Beatriz. O tiro na bunda de João Pedro fora abafado e novamente uma tentativa de assalto justificou o tiro no braço. A moral do marido estava intacta. Só Joseph - informante de Beatriz - sabia do acontecido mas tinha embarcado para a Europa para rever a família.

Sete meses depois, num mês de Agosto, eles recebem a visita dedois irmãos de João Pedro que vieram do Paraná passar uma semana com eles. Como um casal feliz, eles passeiam pela Paulicéia desvairada, visitam os pontos turísticos e no domingo passam o dia na praia de Ubatuba. Almoçam num gostoso restaurante, estão realmente felizes, apesar de tudo que passaram.

Na volta para casa, num cruzamento se envolvem num violento acidente. Beatriz morre na hora, João Pedro cinco minutos depois. Os irmãos nem um arranhão sofreram.

Maria Luzia Santos
Enviado por Maria Luzia Santos em 26/02/2012
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