O PEVERTIDO

Ademar sempre fora um pevertido nato. Desde a época da escola não resistia ver uma menina com uma bunda mais empinada ou uma garota com uma coxa mais torneada. Ficava logo de pau duro no meio da sala de aula e, disfarçadamente, metia a mão no bolso e se masturbava até o jorro final. Sempre foi um mestre dos disfarces.

A família já tinha percebido a sua incontinência sexual e, certo dia, ficara famoso o episódio em que ele, não resistindo os encantos de uma determinada tia, permanecera o tempo inteiro com o pênis ereto, sentado ao lado dela, com um imenso vulcão imerso naquele calção de banho, prestes a entrar em erupção, obrigando o marido da mesma a ter que retirá-la daquele local, sob o pretexto de não querer acabar de vez com aquele tarado, enchendo-lhe de porrada.

Naquela fatídica noite, Ademar voltava de apenas mais uma noite de bebedeira e tudo parecia normal, exceto pelo fato de que agora ele tinha como vizinho um policial linha dura. Noberto era metido a arrochado, e morria de ciúmes de sua mulher, que, cá entre nós, não era lá grandes coisas.

Ademar vinha apressado, tentando disfarçar a bebedeira porque sua mulher tinha ameaçado lhe deixar, caso ele se embriagasse mais uma vez.

Por infelicidade do destino, a mulher do capitão Noberto estava em frente de casa, ajeitando uns vasos de plantas que havia por ali. O capitão Noberto indo e vindo, vez por outra beijava sua mulher e voltava à sala, pra assistir o jornal.

Numa dessas investidas, avistou Ademar, cambaleante, se aproximando da sua casa.

- Aquele mizerável! - Pensou - Bebo desgraçado! É hoje que a mulher dele bota esse desinfeliz pra fora! Vai dormir na rua com os cachorros, mendigos e párias que é o lugar dele!

Findo esse raciocínio, o capitão se depara com o inesperado: Uma tora de aproximadamente uns 30 cm ou mais, saltando da calça de Ademar, monstruosa, vinha em direção da sua amada que, no momento, se encontrava agachada ajeitando um vaso de plantas, em plena posição de coito fecal.

-"Mizerável! Já tá armado, o filha da puta! Eu vou mostrar pra ele o que é bom pra tosse!" - Pensou, Noberto e foi direto pro quarto pegar o revólver 38 enferrujado.

Foi só o tempo do infeliz do Ademar se aproximar cerca de um metro da sua residência. Foi logo alvejado pro cinco tiros certeiros e caiu pesadamente no chão.

-"Morre, desgraçado! Tarado do inferno! Agora você vai é transar com o capeta!"- Esbravejou Noberto.

Quando a mulher de Ademar se aproximou do marido, entrou logo em desespero pois sabia que, embora o seu marido tivesse um pênis de tamanho razoável, jamais poderia, em nehuma hipótese, ser considerado um bem-dotado, a não ser que tivesse sido submetido a diversas sessões de alongamento peniano.

Correu em sua direção e retirou, debaixo da camisa encharcada de sangue, uma garrafa de cerveja muito bem enfiada até a cueca, deixando aparecer apenas o gargalo o que, talvez tenha dado a falsa impressão de um pênis gigantesco.

Jogou a garrafa na direção do capitão Noberto e começou a gritar desesperada:

-Tá vendo aí o que você fez, seu desgraçado? Acabou com a vida do meu homem por causa de uma garrafa de cerveja! Queime no inferno, seu filha da puta! Eu vou querer justiça!

O capitão Noberto não sabia o que dizer, a sua mulher estava em prantos, a vila num alvoroço só.

Ademar pau de garrafa havia morrido. Foi como ele ficou conhecido depois do incidente.