TINHA SAUDADES...

Assistindo o filme “ÁGUA PARA ELEFANTES” fiquei impressionado com o elefante de nome Tai, que era a atração do circo, e passou a demonstrar um comportamento agressivo. Não obedecia e, por esse motivo, era cruelmente maltratado pelo seu tratador e pelo dono circo.

Até que apareceu um sujeito que já havia trabalhado em circo e foi até o animal, passou a mão nele, falou-lhe durante alguns minutos, Tai se acalmou. O sujeito disse que o elefante fora domesticado no idioma russo, e era a única língua que entendia, que era preciso tratá-lo falando nesse idioma para que ele retribuísse com bom comportamento.

Outro caso interessante, aconteceu na cidade de Londres, quando o dono de um circo pretendia executar o elefante chamado Bozo que, durante anos, fora a atração do circo, e pareceu enlouquecer, passou querer agredir as pessoas, seu tratador, não obedecia e tornou-se uma ameaça a quem entrasse na sua jaula ou se aproximasse dela, mesmo estando ele preso por grossas correntes.

Mas, o dono do circo, não querendo ter um prejuízo com a morte da maior atração, fez um anúncio público do que iria acontecer, programou um evento com venda de ingressos, e lotou o circo para matar o animal diante da multidão sempre ávida pela violência, por sangue...

No dia aprazado, o circo estava lotado, a multidão estava expectante, a imensa jaula no centro do picadeiro, atiradores à postos, tudo pronto e, quando ia dar a ordem para o massacre, o proprietário viu um homem de baixa estatura, muito bem vestido, que entrou no picadeiro, encaminhou-se até ele e disse:

- Não mate o elefante ainda, deixe que eu entre na jaula e converse com ele. O dono do circo disse:

- Isto é uma loucura, você será morto, não vê que o animal está enlouquecido?

O sujeito mostrou um papel ao dono do circo e disse:

- Já assinei um documento assumindo toda responsabilidade. Não se preocupe!

Entregou o papel e encaminhou-se à jaula. A multidão vibrava com aquilo tudo. O homenzinho, calmamente, abriu a porta da jaula, entrou falando algo, aproximou-se do animal, passou a mão com carinho na testa dele e parecia entoar algo parecido com um mantra. Depois de alguns minutos, o imenso paquiderme, totalmente calmo, parecia outro elefante. Não mais aquela fera enlouquecida, agressiva, que era um risco imenso à integridade das pessoas. O sujeito abriu a jaula, deixou-a aberta e saiu. O dono circo, sem nada entender, aproximou-se do homem e indagou o que ele falara ao elefante para que houvesse aquela mudança radical. O homenzinho respondeu:

- Muito simples, como ele fora ensinado no idioma da terra onde nasceu, o Bali, somente estava com saudades de ouvi-lo novamente. Apenas isso, tinha saudades...

Tudo leva a crer que o primeiro elefante também tinha saudades.

É por esses e outros tantos exemplos, provando que os animais tem alma, são nossos irmãos inferiores, que aumenta nossa responsabilidade quando os maltratamos, quando os matamos pura e simplesmente; quando somos impiedosos, pois, quem é malvado, violento com eles, sem dúvida, sê-lo-á com os seres humanos e, quando começarmos a amá-los, estaremos no caminho para amar também as criaturas humanas...

PEDRO CAMPOS
Enviado por PEDRO CAMPOS em 21/03/2012
Reeditado em 29/04/2015
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