Uma tarde...

Ouço uma batida na porta, abro.

É minha amiga, convido a sentar conversamos:

Amiga- Tudo bem contigo? Parece tão estressada, precisamos de uma baladinha...

Eu- não tenho dinheiro, estou desempregada.

A- Ah porque você não vira puta, é o emprego do momento, da pra ganhar mó grana.

E- Então este é seu novo emprego, não tinha me contado amiga!-dou um sorriso de ironia.

Ela me olha com cara de deboche.

E- Alem do mais eu nunca dei minha filha, acho que não seria a melhor estréia...

A- Ah pelo menos tem alguém que possa resolver este seu problema?

E- Nunca estive tão solteira...

A- Vou te apresentar um amigo que é um...

E - Não obrigada, estou querendo estudar e arrumar um emprego, não cabe um homem pra me atormentar nestes meus planos...

A- Homem não presta, isto é fato, mas amiga não precisa também se afastar totalmente, a menos que esteja mudando de lado...

E- Não tenho a menor tendência a isto minha cara...

A- Que ótimo, não tenho mesmo tantas amigas para te apresentar caso mudasse de opção- deu uma sonora gargalhada.

E- Vamos fazer brigadeiros?

Meia hora depois, em meio à deliciosa pasta marrom feita de chocolate e leite condensado, ficamos falando de bobagens.

A- Acho melhor eu ir, se quiser ir pra baladinha me liga ta?

E- Certo, eu ligo, valeu pela visita...

Observei ela ir embora pela rua, seu caminhar incerto, parecia insegura, ao contrario do que sempre dizia, no fundo era só mais uma tentando ser feliz. Passei o resto da tarde saboreando um livro, desenhei um pouco, fiquei de bobeira na internet, apesar da solidão ainda sonho, apesar das coisas não estarem dando certo eu ainda acredito, não preciso de muito, afinal, só preciso de um pouco de amor e arte.

À noite, quando me deito para dormir, fico ainda observando o teto, as luzes de faróis que de tempos em tempo o iluminam, o som dos gatos da vizinha e a imaginação, será que alguem estaria perdendo a vida há duas esquinas dali? Será que eu estarei viva amanhã? Será que vale acreditar em algo? Em meio a estas interrogações fecho os olhos e durmo, o relógio ainda insiste em seu tic tac...

T Sophie
Enviado por T Sophie em 25/01/2007
Reeditado em 03/05/2007
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