O Homem Camaleão


Tenho observado o homem camaleão.
Uma criatura cheia de nuances e de peles que se adaptam.
Confesso que o mimetismo sempre me atraiu.
Mesmo porque, a vida, as pessoas, os fatos e as cenas não são constantes. São processos mutáveis de instante a instante.
Aí se encaixa esta criatura, aí se exercita o homem com diferencial.
Eu, por outro lado, repleta de ignorância de seu poder de transformação e conhecida antiga de sua pelagem de muitos anos, pensava conhecer todo seu potencial, mas estava enganada.
Ele se movimenta em cada habitat como se fosse seu e eu extasiada, vejo, aprendo, escuto e cada vez mais me deslumbro com as cores que ele veste diante de cada situação.
Coisa rara, de criaturas fantásticas.
Na simplicidade, ele fala a língua que todos entendem. Na complexidade e nas discussões que eu estimulo como exercício do que mais me atrai, ele abre o sorriso e discorre como senhor das letras. Que coisa!
Muito tem me agradado o homem camaleão.
Dono de sabedoria adquirida em uma vida nem sempre fácil, compreende que personalidade e individualidade não são armas de ataque àquilo que é diferente, mas antes ferramentas para deixar “todos à vontade”, “todos se sentindo dignos e valorizados”.
Ele cresce a olhos vistos diante de sorrisos encantados com suas cores de cada dia.
Sou sua aprendiz, reflexo do que sempre me foi muito caro.

Tenho amado a cada dia mais o homem camaleão.




 
Edeni Mendes da Rocha
Enviado por Edeni Mendes da Rocha em 25/04/2012
Reeditado em 25/04/2012
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