O bom velhinho.

O ponto de encontro dos jovens adolescentes. Meninos e meninas descobrindo a maravilhosa arte de viver. Pares de amor eterno. Pequenas motos serviam para ir e vir do paraíso momentâneo.

Ninguém falava de pais, ninguém falava das mães. Certamente todos tinham nascidos grandes e quem sabe de proveta, fertilização da moda.

Chamou-me a atenção a Maria, entre seus quatorze e quinze anos, muito bonita e muito simpática.

Carregava consigo uma máquina fotográfica comum, profissão que queria seguir.

Motivo também para o exibicionismo dos garotos que empinavam suas motos, ignorando o perigo das duas rodas. Vez ou outra um se esborrachava no asfalto. Mas era tudo festa.

Na verdade as meninas brincavam de caça. Caças difíceis. E eles, os meninos de caçadores, que não usavam armas de fogo, mas sim a arte da sedução. Eram tão eficazes e nem percebiam, eram as meninas que se deixavam ser caçadas, ou seja, eram elas que os escolhiam.

Com o passar das noites e dos finais de semana um detalhe me chamou a atenção, Maria que tinha uma simples máquina fotográfica, com teleobjetiva e tudo mais, agora estava com um equipamento profissional. Máquina caríssima, além de toda indumentária. E ela só tinha quinze anos. Onde conseguira dinheiro para comprar toda aquela aparelhagem?

Resolvi segui-la, na época tinha um moto e, portanto não foi difícil. Fiquei espantando com a descoberta.

Acreditem se quiser, ela não ia para a casa dela. Eu conhecia seus pais e irmãos. O pai estava tendo problemas com álcool e a separação era eminente, questão de dias.

Sim, Maria não foi para a sua casa e sim para a casa de um velho fotografo. Homem de aproximadamente sessenta e cinco anos que morava sozinho no próprio estúdio.

Por um tempo mantive a vigília e para meu espanto constatei o que mais temia. Em troca das aulas de fotografia e de todo o equipamento, Maria prestava serviços íntimos ao bom velhinho.

Certava fui apresentado ao benfeitor; fiquei muito irritado. Ele se apresentou com a maior tranqüilidade, como se eu fosse um tapado e nada percebera. Agora acredito e entendi o sentido da palavra astúcia.

Os dias foram passando e eu não tinha coragem de confrontar a verdade com Maria. O que não entendia é que ela demonstrava afeto sincero por mim. Saímos algumas vezes, na verdade muitas vezes, Numa delas estávamos namorando em um lugar escuro e

a cavalaria com toda sutileza colocou a gente para correr. Foi até divertido!

Os anos foram passando e o ritual da turma e o meu e de Maria ficava cada vez mais comprometedor. Sua mãe falava até em casamento.

E como é que eu poderia falar desta situação inusitada.

Muitas outras coisas aconteceram. Quase todas boas – quando estava com Maria e nossa turma.

Sua máquina fotográfica, seu orgulho maior, fotografava toda a turma e, isto era uma festa para todos nós.

Parece que seu hobe, quando não estava com a gente era sair por ai fotografando...

Mas assumo, minha imaturidade afastou-me desse divertido relacionamento. Ela ficava linda de azul. Era uma princesa.

O tempo nos separou, até que um dia encontrei com ela aos prantos em uma grande avenida. Parei e perguntei: ela aos soluços disse que um ladrão havia furtado todo o seu equipamento. Chorei junto, porque agora eu esta em outro mundo e desempregado...www.jaederwiler.webpagina.com.br

jaeder wiler
Enviado por jaeder wiler em 07/02/2007
Código do texto: T372566