O ASSASSINATO DA BELA ROSA

O ASSASSINATO DA BELA ROSA

Personagens: Moça bonita, Bela rosa, Zé porrete

Ah! E...Nas palmas das minhas mãos:

Seguro pétalas de uma rosa despedaçada

As encontrei feridas no chão,

Bem longe do seu jardim.

“NOSSA! COMO ESSA FOI BELA! “ - exclamei.

A muita distância;

Um homem os meus olhos o avista

Caminhando em passos tranquilos.

De certo sem qualquer peso em sua consciência

“Foi ele, eu vi!” - disse.

Gargalhadas sinistras pelo seu ato covarde

Cheguei a ouvir.

Deu ainda para ver que em sua mão assassina;

Carregava um porrete.

Esta rosa, assim como tantas não ameaçavam ninguém. Estava ali a embelecer,

A fluir o seu aroma por esta poluída cidade.

E... Se este não respeita nem uma simples: estática e inofensiva flor,

Quem dirá às pessoas que se movem, pensa e luta por seus ideais?

O que leva um ser humano a amar a bestialidade?

Sem arrependimento aparente, sem pudor e se este chora;

Chora lágrimas de crocodilo

E...Vou seguir para a casa do meu amor

Sei que ela me espera de braços bem abertos.

No seu perfume em flor.

“Ei! Um homem estendido no chão esvaindo-se em sangue?” – espantei-me

Os meus dedos no seu pulso indica que está sem vida.

Uma aglomeração de gente começou a se formar.

Gritei: “CHAME A POLICIA, OS BOMBEIROS... RESGATE... QUEM SEJA!”

E naquele meio uma moça bonita com uma flor envolta a sua orelha

direita me despertou atenção.

Essa me dizia que as autoridades competentes estavam a caminho.

Volvei a minha cabeça em direção ao falecido e uma curiosidade

tamanha me tomou.

Como um flash minha memória foi clareando algo e o me tornou lúcido.

Então me surpreendi:

“E... Não! É ele, é ele!”

O povo ali estranhamente me olhou.

Fiquei quieto e novamente os olhos eram tão somente ao óbito.

Reparei que alguns poucos metros do acontecimento que no chão havia um porrete.

Curioso pela lucidez que me veio, eu me levantei. Fui até o mesmo.

Notei que uma pequena parte do objeto estava manchada de uma cor rosa.

Realmente o que eu tinha imaginado não teria como negar.

Era o mesmo homem que um pouco mais de meia-hora havia assassinado a bela rosa.

Alguns da multidão diziam que aquele sujeito sem vida seria o vulgo:

“Zé porrete".

Um homem que gostava de sair batendo com a sua ferramenta em tudo que via pela sua frente.

- Daí o porquê o do seu horrendo apelido.

Animaizinhos, pessoas de pequeno porte físico e principalmente as flores eram os seus alvos.

Das flores o guardava em seu coração uma gigantesca raiva. As odiava mais que a sua alma.

Vivia falando consigo mesmo e em alta voz que por elas não se moverem eram suas presas mais frágeis e fáceis.

Mal, maligno o era. Soube-se que era portador de problemas cardíacos.

Ninguém sabia o seu verdadeiro nome como nem onde residia.

Ficava de em vez quando circulando pelos arrabaldes dali.

Por muitos outros lugares também sabiam que este perambulava e

sempre só

Tinham ciência que vivia a base de remédios para o seu coração.

Que por rumores estavam certos que há anos batia fraco.

Vozes desencontradas no meio da multidão assim comentavam.

Uma testemunha que não quis se identificar apareceu dizendo que notou

Quando de repente “Zé porrete” começou a se debater.

Depois disso veio a cair ao chão vindo bater a cabeça numa pedra pontiaguda.

De fato o sangue que esvai saía de um pequeno orifício localizado na sua têmpora... Chegando mais para o lado esquerdo.

Ouvem-se então barulhos de sirenes por perto. E... Chegaram! O resgate, a polícia e o IML.

A polícia afastou a população e claro, me incluo. Posteriormente isolou o local.

O médico do resgate com a sua vasta experiência constatou a morte do sujeito.

Um homem aparentando uns 30 anos acompanhado de um Senhor meio estressado este com aparência de meia idade foi logo dizendo: - DÁ LICENÇA! SAIAM, SAIAM!

É outro pessoal querendo recolher o cadáver.

Colocaram na gaveta do carro do IML.

E ao se dirigirem para o veículo eis que se ouve uma voz doce:

- Esperem!

Do meio daquele montão de gente saiu àquela bonita moça da sua flor em sua orelha.

Seguiu rumo à camionete do instituto. Ali parou. Estranhamente tira a flor. A segurando em sua mão seguidamente numa voz mediana pergunta para aqueles dois homens:

- Deixa-me por esta flor em cima do corpo deste pobre homem senhores?

- Claro! - disse o homem o que aparentava uns 30 anos.

E o mesmo a indagou:

- Você o conhece?

Quando ia responder foi interrompida por bramidos de revoltas.

E um no centro do povo esbravejou:

– DEIXA DISSO MOCINHA! ESTE CAMARADA

ERA UMA PESTE! PÕE UMA URTIGA NA SUA GAVETA ISSO SIM!

Muitos caíram na risada. Preferi ficar quieto.

Aos poucos as risadas foram diminuindo.

Ouve se um grito:

- ESCUTEM!

Era a moça bonita pedindo atenção a todos. E um silêncio pairou no ar.

- Que culpa tem aquela flor cuja eu a depositei sobre aquele corpo morto? – a moça pôs-se a falar.

- E quanto a mim também?

Disse e quis mais:

- Aquele homem ali ó! (apontando seu dedo indicador em sentido a gaveta). Um miserável de alma, um pobre de espírito. Sua vida se resumiu em odiar as pessoas, os animaizinhos e as coisas simples, mas belas.

Nem doente na carne fez este homem mudar de atitude, de meditar o quanto o que ele vivia não serviu para nada. Acredito que no passado deve ter chegado a ouvir bons conselhos. Depois mais tarde por sua arrogância, intolerância e maldades as pessoas devem ter se afastado dele.

Nem o céu, nem Deus o poderá o ter em seus braços santos. E. Nem julgando o estou. Porém, morrer na desgraça, que seria sem amar ao menos. Não respeitando nem as pequenas coisas, mas grandiosas que Deus nos deixou?

Ou seja, que obras esta infeliz criatura teve? Uma vida mesquinha cheia de cólera no decorrer da sua trajetória. - completou a moça sendo atentamente observada pela população.

E ainda dizia:

- A flor que ali deixei o perfumará e o embelezará feita uma luz pelo menos por certo momento.

E sabemos que elas acompanham urnas, mausoléus.

Sim! As flores murcham. Porém murcharão com dignidade pela sua boa parte. No qual a este sujeito infelizmente não se pode dizer que fez o mesmo.

Seja a quem quer que vá. Almas ricas, pobres, feias ou bonitas.

Seja ao que pode ser condenado ou salvo as flores sempre estarão lá... Noite e dia.

Certo nós estamos que daquelas que ele o maltratou, os assassinou. Agora uma das suas espécies se encontra por cima da sua carne ainda fresca e que em poucas horas irá feder e ser devorado pelos bichos da terra.

E quaisquer uns de nós ao chegar a nossa hora eis que seremos. Então neste momento reflitamos que se não termos virtudes, sendo algumas delas as portamos, como; a estupidez, a maldade, a acepção, o ódio, a vingança, a injustiça, a intolerância dentro do nosso coração nos tornará uma pessoa não digna, e de nada.

É viver em vão. Morrer só e em outra vida quando passarmos pelo tribunal do ‘Yeshua’ lamentar eternamente por não ter tido coragem em termos alimentado em nós a ausência do amor.

Porque este aqui em vida não se importou em ter pedido misericórdia, perdão a Deus, ao seu próximo pelas suas iniquidades, crueldades cometidas.

Fiz a minha parte em por a flor que eu portava em prol da sua memória.

A flor tem história boa pra mostrar e este pobre homem o que apresentava?

Façam as suas escolhas, porém sem contestar o meu ato.

Calam-se! Não se deixem igualar como o que foi ele.

O que pode nos diferir deste é sermos o seu oposto.

E as flores independentemente partilharão a sua beleza, o seu aroma a todos. Deus as quis assim Deus nos requer assim. – concluiu ela

E a moça bonita ao terminar o seu discurso saiu devagarzinho e alguns passos parou diante de mim - olhou-me e sorriu.

Em seguida partiu dando impressão que pela sua boa parte a sua ‘alma estava lavada’.

Aos poucos aquele ajuntamento foi-se dissipando. Todos emudecidos.

E o veículo do IML seguiu ao seu destino

Eu também fui seguir ao meu.

A caminho da casa do meu amorzinho.

A receber-me dos seus braços abertos no seu perfume de rosa-flor.

“ESTOU CHEGANDO MEU BEM!”

Carregando em minha mão a entregar para ti outra bela rosa.

É! No caminho o seu aroma o me exalou.

Senti que me quis dizer que seja sua.

Meu bem, abra a porta para o nosso amor inteirinho a você!

( Moral da história: Quem faz aqui paga aqui.)

----------------

Claudemir Lima - 24/06/2012

Inspirado no texto/poema do próprio autor: Esta flor que eu lhe dei!

www.recantodasletras.com.br/audios/mensagens/48390