DIRIGINDO COM RESPONSABILIDADE
O jovem monge chega ao Prior e diz alegremente:
— Mestre, veja! Consegui minha habilitação. Agora já posso dirigir o furgão do monastério.
O velho monge nada respondeu, e o discípulo — que almejava alguns elogios — ficou decepcionado e voltou aos seus afazeres.
No dia seguinte, bem cedinho, o prior foi até o alojamento do novo motorista, acordou-o carinhosamente e ordenou:
— Hoje vamos à cidade, somente você e eu. Vamos comprar algumas provisões que estamos precisando.
O noviço entusiasmou-se, e podia se ver que seus olhos irradiavam alegria. Ele pensou:
“Oba! Hoje vou dirigir o furgão”!
Prontos para partir, o velho acomodou-se no lugar do condutor do veículo, deixando seu discípulo no carona. O moço inquietou-se e disparou logo a pergunta:
— Mestre, por que não me deixa dirigir?
— Deixarei sim, porém no momento certo.
Chegando à cidade o velho monge dirigiu-se a um hospital, levando consigo o novato. Fizeram uma longa visita aos leitos, e o moço ficou espantado ao ver tanta gente em estado deplorável, principalmente os acidentados.
Depois de comprar o que precisavam, o velho monge ordenou ao moço que dirigisse durante a viagem de volta ao monastério. O jovem intrigado indagou:
— Por que só me deu o volante na viagem de volta?
— Porque o mestre é sábio. Primeiro quis mostrar ao aluno o que acontece com as pessoas que dirigem sem responsabilidade, e também aquelas que são suas vítimas. E olhe daquele lado!
— Bem, só vejo um cemitério.
— Pois bem meu caro discípulo: nem todas as vítimas de acidentes ainda estão no hospital. Algumas conseguiram se recuperar; outras vegetam em suas casas ou caminham em cadeiras de rodas; mas a maioria delas está ali!