A ESCOLA DE POLÍTICOS

Um pouco depois do surgimento da democracia, era criada também uma estranha escola, conhecida como “ A escola de políticos”. Os historiadores não sabem dizer de quem foi essa majestosa, e cruel ideia, apesar de já existir algo similar na Grécia antiga com os sofistas, que ensinavam discursos aos políticos da época. Mas, não havia, nem ainda há algo que pareça e tenha as mesmas técnicas dessa instituição tenebrosa e genial. Sem endereço, nem nome de dono, e os professores vinham de bem longe, de onde ninguém sabe onde é. Sua localização costuma mudar em dois e dois anos. Especula-se que ela é toda pintada de uma única cor, para não influenciar e nem fazer apologia aos partidos. É um lugar de teto alto, e clima sombrio, completada como uma decoração macabra, cabeças de bodes com velas dentro, como se fosse luminárias, e no centro possuía grandes pilastras com retratos de guerras esculpidos.

Os alunos tinha que usar longas capas pretas, e pequenas máscaras, só pra não deixar o rosto nu. Vinha de lugares diferentes, mas falavam a mesma língua, e tinham as mesmas intenções, aprender a arte de convencer, de manipular e controlar o poder. Antigamente só frequentavam homens, mas hoje em dia algumas mulheres já passaram por lá, e hoje conseguiram chegar ao topo.

Realmente são incríveis as técnicas que eles utilizam nessa escola. O começo é bem simples, uma aula básica de “aperto de mão”, que eles treinam incansavelmente, pois, é preciso um bom aperto de mão para passar confiança. A teoria do aperto de mão está ligada ao ato de promessa, sempre se fecha um acordo com um belo aperto de mão, e esse gesto tão simples dava força à promessa do político, e ali também estava firmando-se um compromisso, o voto pelo comprometimento, então era necessário ter o controle desse gesto, passar uma energia positiva, eu não sei como eles conseguiam ensinar isso, mas garanto, até hoje funciona. Tinha também a aula de “sorriso amarelo”, pois, em publico um político deve sempre sorrir, até mesmo quando recebe uma ofensa, até mesmo cansado, sua feição tem que ser a melhor possível. Ele precisa manter o sorriso, transmitir paciência e alegria, esse bom humor ganha o povo, o sorriso é um forte elemento nesse campo, ele é capaz de esconder tantas coisas que sentimos e cala aquilo que não podemos dizer. Outra aula bastante interessante era de segurar a criança do pobre, realmente essa é uma das melhores, eles sabiam que o político ganharia muito com o povo, sendo gentil e atencioso, pois, não há nada mais singelo do que pegar uma criança desconhecida, abraça-la e beija-la posando para o jornal do dia seguinte. Praticavam com uma boneca em tamanho real, até falar ela falava, fazia birra, tudo igual, testando assim o controle do político.

Na parte final do curso eles eram orientados a perder o coração, e seguir sempre a razão. Liam duas vezes por dia “O Príncipe”, de Maquiavel, que era também o livro de cabeceira deles. Salvavam uma lição na pele, como tatuagem que nunca sai: Sempre ser firme, e fazer tudo que fosse possível para possuir o poder, para controlar o povo.

Dizem que grandes figuras já estiveram lá, como Hitler, Getulio Vargas e outros milhares de famosas figuras políticas, que a censura não deixa lembrar. É difícil apontar nomes, essa escola possuía um sistema impecável, não havia vazamento de nomes, nem escutas telefônicas.

A escola de políticos ensina perfeitamente a arte de manipular, de converter mentiras em verdade absolutas, penteavam bem os discursos dos políticos, como uma fábrica do mal, deixava impecável a postura de líder, limpava com água sanitária a cara de vigarista de alguns muitos que vão pra lá. Os professores trabalhavam bem todos os pontos, eles sabiam que o povo era um forte inimigo, apesar de serem facilmente manipulados, por serem leigos e frágeis. O povo tem fome, o povo não tem dinheiro, e esses detalhes são as principais armas de convencimento para um político, comida e dinheiro, e um circo, esses três elementos são suficientes para distrair a grande parte das pessoas por 4 anos.

Diêgo Vinicius
Enviado por Diêgo Vinicius em 23/07/2012
Reeditado em 24/07/2012
Código do texto: T3793672
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